Diário, esses dias eu chamei o Moro de Judas porque ele me traiu. Achei um xingamento perfeito. E vou explicar o porquê da bagaça.
José Roberto Torero*
Diário, esses dias eu chamei o Moro de Judas porque ele me traiu. Achei um xingamento perfeito. E vou explicar o porquê da bagaça.
É que depois disso eu comecei a fazer uma comparação entre os meus assessores e os apóstolos de Jesus e vi que as duas equipes têm mesmo tudo a ver. Encaixou que nem dedo no nariz. Cada assessor meu corresponde a um dos 12 apóstolos. Olha só:
André: Era pescador, então só pode ser o Jorge Seif, ministro da Pesca, aquele que disse que “peixe é inteligente e foge do óleo”.
Mateus: Era cobrador de impostos. Ou seja, é o Guedes, que está sempre querendo voltar com a CPMF.
Tomé: Parece que era meio burrão. Dizem que ele não entendia direito as coisas, tanto que tinha que ver para crer. Quem é, quem é? Claro que é o Weintraub, meu acepipe favorito!
Simão, o zelote: Como era nacionalista, é claro que é o Braga Neto.
Filipe: Era um cara prático, que perguntou para Jesus como ele ia alimentar uma multidão só com uns pães e uns peixes. Tá na cara que é a Teresa Cristina, que também é prática. Só que em vez de peixe, o negócio dela é gado e porco. E agrotóxico.
João: Óbvio que é a Damares, porque também tem umas visões esquisitas.
Bartolomeu: Também era chamado de Natanael, o que quer dizer que falsificava documentos que nem o Ricardo Salles, que disse que estudou em Yale.
Pedro: É o Mourão, porque também me nega de vez em quando.
Tiago menor: Como era o nanico da turma, só pode ser o General Heleno.
Tiago, maior: Queria ficar mais perto do Messias na Santa Ceia, ou seja, é o Onyx, que em qualquer foto fica sempre grudado em mim que nem papagaio de pirata.
Judas Tadeu: Era o mais sumido dos apóstolos, então só pode ser a Regina Duarte.
Viu, Diário, como tudo se encaixa?
Não dá para duvidar. Eu sou mesmo o Messias! Tanto que escapei da morte e tenho uma legião de fanáticos que me segue. Kkk!
@diariodobolso
*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.