Gigante do e-commerce decreta o fim do trabalho remoto para seus funcionários
A gigante do e-commerce, Amazon, anunciou na última segunda-feira que exigirá o retorno dos seus funcionários ao escritório cinco dias por semana, a partir de 2 de janeiro de 2024. A decisão foi comunicada por meio de uma nota assinada pelo CEO da empresa, Andy Jassy, e reflete a mudança em relação à política anterior, que requeria apenas três dias de trabalho presencial. A informação foi divulgada primeiramente pelo site The Guardian.
“Decidimos que vamos voltar ao escritório da mesma forma que fazíamos antes da pandemia de COVID-19”, afirmou Jassy no comunicado. “Quando olhamos para os últimos cinco anos, continuamos a acreditar que as vantagens de estarmos juntos no escritório são significativas”, completou o executivo, destacando a importância da colaboração presencial para o fortalecimento da cultura da empresa.
A volta ao presencial e as reestruturações organizacionais
A nova exigência de presença física marca uma guinada para a empresa, que havia adotado um modelo mais flexível durante a pandemia. No entanto, Jassy defendeu a mudança, apontando que os últimos 15 meses, com o retorno parcial ao escritório (três dias por semana), reforçaram a convicção da liderança sobre os benefícios do trabalho presencial. Ele destacou, em especial, a melhoria na colaboração e na conexão entre as equipes.
Em sua nota, Jassy ainda comunicou uma série de reestruturações organizacionais planejadas para a empresa, com o objetivo de reduzir o número de gerentes e aumentar o de colaboradores individuais até o fim do primeiro trimestre de 2025. Essa medida visa diminuir a burocracia e tornar a operação mais ágil.
A decisão da Amazon segue uma tendência comum em grandes empresas de tecnologia, que cresceram de forma acelerada durante o auge da pandemia, mas agora enfrentam a necessidade de ajustes diante da nova realidade do mercado. Recentemente, a empresa também anunciou demissões em massa, refletindo o desafio de equilibrar crescimento e sustentabilidade no longo prazo.
Resistência interna e protestos
Desde o início da pandemia, quando lockdowns forçaram trabalhadores a adotarem o modelo remoto, muitas empresas, incluindo a Amazon, enfrentaram tensões internas sobre o retorno ao ambiente físico de trabalho. Em maio de 2023, funcionários da sede da empresa em Seattle realizaram uma paralisação em protesto contra a política de mudanças climáticas da companhia, demissões e a exigência de retorno ao escritório.
“Antes da pandemia, não era comum que as pessoas pudessem trabalhar remotamente dois dias por semana, e isso também será verdade daqui para frente”, destacou Jassy. Ele reforçou que a expectativa é que os funcionários estejam no escritório regularmente, salvo em casos de “circunstâncias excepcionais”.
Além disso, a Amazon anunciou que voltará a adotar o sistema de mesas designadas em locais que já seguiam essa organização, incluindo suas sedes em Puget Sound e Arlington, nos Estados Unidos.
A política de retorno ao escritório tem gerado discussões acaloradas entre empregadores e empregados em todo o mundo, evidenciando o desafio de equilibrar flexibilidade e eficiência no cenário pós-pandemia. Para a Amazon, essa nova diretriz parece ser mais um passo em sua busca por fortalecer sua cultura corporativa e enfrentar as mudanças de mercado com maior integração e dinamismo.