Primeira-dama também defendeu a regulamentação das redes sociais e elogiou a atuação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes

A primeira-dama Janja Lula da Silva se referiu ao homem-bomba que causou explosões na praça dos Três Poderes com um “bestão que acabou se matando com fogos de artifício”. A fala foi feita durante o Cria 20, um evento do G20 neste sábado (16.nov.2024), no Rio.

A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava na audiência do painel de Combate à Desinformação. Janja não fazia parte do debate, mas fez algumas declarações à plateia.

Janja defendeu a regulamentação das redes sociais e elogiou a atuação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Declarou que ele é um “grande parceiro” no combate à desinformação e afirmou que as explosões em Brasília mostram o “difícil” cenário enfrentado pelo magistrado.

A gente convidou o ministro Alexandre de Moraes que é um grande parceiro nessa questão das fakenews. Por mais que seja difícil o que ele está enfrentando, por conta do que aconteceu em Brasília. Inacreditavelmente aconteceu em Brasília essa semana. O bestão lá acabou se matando com fogo de artifício, mas enfim. É incrível”, disse Janja.

A declaração foi seguida por risadas de alguns frequentadores. Janja disse que “a gente ri”, mas que a situação é grave. “Olha só o que faz as redes sociais na mente das pessoas”, afirmou.

Assista à íntegra da fala de Janja no evento (6min05):

“Fuck you, Elon Musk”

Na ocasião, a primeira-dama também disse que não tem medo do dono do X (ex-Twitter), o bilionário sul-africano Elon Musk, e mandou ele “se foder”, em inglês. A fala se deu durante o  Cria G20, um hub de produtores de conteúdo que integra a programação paralela da Cúpula. “Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk”, declarou. Na sequência, Janja é aplaudida e pode-se ouvir gritos na plateia. Ela falava sobre regulamentação de redes sociais e combate à desinformação.

Assista ao momento (58s):

Artefatos do homem-bomba

Até agora, embora a Polícia Federal e outros órgãos de segurança falem em “bombas” e “explosivos”, as imagens da frente do STF na hora das explosões indicam que Francisco Wanderley Luiz usou fogos de artifício que precisam ser acionados tendo o pavio acesso com um isqueiro ou fósforo. Ao final de sua investida solitária, deitou-se sobre um desses artefatos, colocado embaixo de sua cabeça, e o detonou, morrendo na sequência.

No automóvel do homem-bomba, deixado num estacionamento adjacente ao prédio Anexo 4 da Câmara dos Deputados, a imagem da explosão no porta-malas também indica que o carro estava carregado com fogos de artifício, pois ao serem detonados fizeram fumaça e faíscas típicas desse tipo de material.

Imagens do interior da casa alugada por Wanderley, no bairro de Ceilândia (dentro do Distrito Federal), mostram caixas de “rojão de vara” da marca Pirocolor Fogos. É possível, e isso ainda não está claro, que parte do material teria sido desmontado para construir bombas caseiras e rudimentares que seriam usadas em algum momento.

Outro ponto que ainda precisa de uma elucidação é se Wanderley teria tentado entrar no prédio do STF, como afirmam as autoridades. Essa inferência é difícil de ser comprovada. O Supremo é vigiado por seguranças. O homem-bomba estava sozinho. Ficou longe de conseguir entrar, se era isso o que desejava. O que é possível entender pelas imagens já divulgadas é que ele queria jogar alguns explosivos de fabricação caseira em direção ao edifício. Depois, suicidou-se.