Líder da Oposição no Senado declara que evidências apresentadas pela PF ainda não são suficientes para vincular ex-presidente ao caso

O ex-ministro e líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que atribuir a suposta tentativa de golpe de Estado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é forçar a barra”. Segundo o congressista, as evidências apresentadas pela PF (Polícia Federal) ainda não são suficientes para vincular o antigo chefe do executivo ao caso.

“Acharam um plano depois de 2 anos, em um celular que foi aprendido há 2 anos, me desculpe. Eu tenho que aguardar o que está acontecendo. Aloprado tem em todos os lugares. Já ouvi essa frase, inclusive, de um cara chamado Luiz Inácio Lula da Silva. Querer atribuir essa situação a Bolsonaro é forçar a barra”, disse o senador em entrevista ao jornal O Globo.

Questionado, Rogério Marinho disse que não tinha conhecimento sobre o plano golpista. O senador foi ministro do Desenvolvimento Regional e secretário especial da Previdência durante o governo Bolsonaro. Dentre os 37 indiciados pela PF por suspeitas de participar da tentativa de golpe, 4 são ex-ministros.  

O senador afirmou, ainda, que o indiciamento do ex-presidente era esperado por ele ser alvo de uma “perseguição política”. Também criticou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes por associar o caso do homem-bomba ao gabinete do ódio.

“Tudo o que acontece precisa ser apurado. O que não dá é conviver com métodos poucos ortodoxos. O direito tem um rito processual. Por exemplo: acontece um problema com a pessoa que claramente está desequilibrada e, no dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes afirma que aquilo faz parte do gabinete do ódio e recebe o inquérito para presidi-lo. Fica difícil acreditar na imparcialidade”, declarou Marinho.

BOLSONARO INDICIADO 

A PF (Polícia Federal) indiciou na 5ª feira (21.nov.2024) o ex-presidente, o ex-ministro da Defesa general Braga Netto, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e outras 34 pessoas por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. 

Segundo a corporação, o indiciamento reflete a existência de elementos suficientes para indicar a participação de Bolsonaro, Braga Netto e Cid em uma trama para impedir a posse de Lula naquele ano.

Esse é o 3º indiciamento de Bolsonaro. O penúltimo foi em 4 de julho em uma investigação que apura suposta venda ilegal de joias sauditas no exterior pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Antes, em março, havia sido indiciado por falsificar certificados de vacina.