Segundo a AGU e a CGU, a empresa colaborou com as investigações em troca de reduzir sanções
A AGU (Advocacia Geral da União) e a CGU (Controladoria Geral da União) assinaram nesta 2ª feira (17.mar.2025) um acordo de leniência estipulado em R$ 44,48 milhões com a Qualicorp. O valor será integralmente destinado à União.
Segundo a AGU, a negociação para o acordo de leniência com a empresa do ramo de saúde começou em 2021. A companhia procurou o governo em busca de colaborar com as investigações em troca de reduzir sanções.
Os episódios que motivaram o acordo se deram em 2013 e 2014. À época, a PF (Polícia Federal) deflagou as operações Triuno e Paralelo 23, que investigavam pagamentos indevidos feitos para evitar autuações fiscais e um suposto esquema de caixa 2.
O acordo de leniência foi feito para encerrar às investigações sobre as fraudes tributárias identificadas na Triuno.
Segundo o governo, “a empresa contribuiu fornecendo informações e provas de investigações internas realizadas por um Comitê de Apuração independente, além de colaborar com depoimentos de um ex-diretor da companhia”.
Operação Paralelo 23
Em 2020, O fundador e ex-presidente da Qualicorp José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, foi preso pela Polícia Federal na Operação Paralelo 23. O empresário teria pago R$ 5 milhões a campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014.
No dia em que Júnior foi preso, a PF cumpriu 4 mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu.
A prisão de Júnior durou apenas 3 dias –21, 22 e 23 de julho de 2022. Em 24 de julho, a Justiça Eleitoral de São Paulo ordenou a sua liberação.
Solto, o empresário acabou fazendo acordo de delação premiada com o Ministério Público. O acerto com Procuradoria Geral da República foi homologado no final de 2020 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.