Braz Mello, presidente da Comissão de Saúde da Câmara anunciou que não quer mais participar do Comitê, por que não tem sido consultado nas decisões.

Braz pediu para deixar o Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus.(Foto: Marcos Morandi).

As medidas adotadas pela prefeita Délia Razuk (PTB) em relação à pandemia em Dourados provocaram extensas e exaustivas discussões  na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (15) que só foi concluída após a meia noite.

Entre os pontos analisados pelos parlamentares, a parte que trata do fechamento dos templos e igrejas foi a mais questionada. Eles só chegaram a um consenso com a promessa de agendamento de uma reunião entre o Legislativo e a prefeita, com o objetivo de tentar rever o fechamento das igrejas e templos.

Os vereadores ressaltaram a importância das medidas como forma de contenção do avanço do coronavírus, entretanto, alguns fizeram duras críticas relacionadas à redação do decreto, que acaba proibindo o funcionamento das igrejas. Nesse sentido, no entendimento de alguns parlamentares, os trabalhos sociais acabam prejudicados.

Para tentar minimizar os efeitos das medidas sobre as igrejas, o vereador Sérgio Nogueira (PSDB) apresentou um requerimento solicitando a supressão do artigo segundo,  que trata dos templos religiosos. “É um decreto discriminatório porque está penalizando só as igrejas. Está usando um peso de mil toneladas sobre as igrejas e aliviando outras questões. O coronavírus só entra nas igrejas?”, questiona o vereador.

“Me parece que a construção desse decreto não foi bem discutida com setores envolvidos . Nós temos que rever de alguma forma, mesmo que seja parcialmente, uma vez que esse decreto é muito duro com as igrejas”, afirmou o presidente da Câmara, Alan Guedes, ressaltando que o decreto poderia ter sido maturado”.

A vereadora Daniela Hall (PSD)  também entende que está havendo discriminação com as igrejas. Se as barreiras sanitárias não resolvessem mais nada, se o distanciamento social não resolvesse mais nada e precisasse fechar, então nós vamos ter que fechar de mamando a caducando”.

“Minha igreja já havia tomado uma decisão de não funcionamento, mas nem por isso significa que eu seja a favor dessas medidas. Elas foram tomadas sem a minha participação. E é por isso que eu estou pedindo pra me retirar deste comitê. Estou me desgastando demais”, disse  Braz Mello.

Já o vereador Madson Valente (DEM), que disse “não ter afinamento nenhum com a administração municipal”, saiu em defesa das medidas implementadas pela prefeita como forma de bloquear o avanço do vírus. “Concordo plenamente com o decreto”, disse ele.

O vereador Elias Ishy (PT), que tem sido voz frequente nos questionamentos de alguns procedimentos adotados pelo município, também engrossou o coro de reclamações, principalmente em relação à falta de diálogo imposta pela prefeita. Entretanto ele foi um dos defensores de uma conversa entre os dois poderes, principalmente porque envolve uma questão delicada segundo ele, que é a religião.

“Não já necessidade desse enfrentamento. Eu deixei bem clara a minha insatisfação em relação a esse decreto. O papel dessa casa é buscar o entendimento. Então, pra que polemizar, pra que fazer política num momento tão crucial igual nós estamos passando agora”, disse o vereador Bebeto (PTB), líder da prefeita Délia na Câmara.

“Se o vereador Bebeto assegura que haverá uma reunião na prefeitura com a prefeita e ela resolver antes do dia 18, e manter aquilo que já estava flexibilizado eu aguardo”, disse o tucano Sérgio Nogueira.

Depois de ponderações favoráveis e contrárias, o paramentar pediu para segurar o requerimento, ficando acertada, com o aval do vereador Bebeto uma reunião entre o Legislativo e o Executivo, com a participação da prefeita, ainda na parte da manhã,  desta terça-feira (16).

Fonte: Midiamax