Em um dos meses mais secos dos últimos anos, a energia ofertada pela bioeletricidade para a rede foi de 3.124 GWh.
Embora o dado represente uma queda de 1% em relação a setembro de 2019, a geração renovável foi mais de oito vezes superior à geração do carvão mineral no último mês e 1,5 vez superior à geração total oferecida pelas térmicas a gás no país, em setembro de 2020.
As informações são do “Boletim Bioeletricidade em Números – Outubro/2020”, editado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), com base em dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A informação é referente à geração pela biomassa em geral, incluindo as diversas biomassas destinadas para produção de energia elétrica, além do bagaço e da palha da cana-de-açúcar.
De acordo com a CCEE, em setembro, o consumo de energia elétrica cresceu 2,9% em relação ao mesmo período de 2019, por conta do retorno gradual das atividades econômicas do país.
Importância do setor sucroenergético
No acumulado (janeiro a agosto de 2020), o levantamento revela que a produção de bioeletricidade para a rede atingiu 17.486 GWh, crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2019.
Desse total, 89% da geração de bioeletricidade para a rede esteve concentrada em apenas cinco estados: São Paulo (46%), Mato Grosso do Sul (13%), Minas Gerais (12%), Goiás (11%) e Paraná (7%), todos na chamada Região Centro-Sul sucroenergética.
No mesmo período, a biomassa de cana-de-açúcar produziu 14.164 GWh de energia para a rede, ou 81% do total gerado pela fonte bioeletricidade (17.486 GWh).
Para Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, embora em agosto de 2020, comparado com mesmo mês em 2019, a bioeletricidade sucroenergética para a rede tenha apresentado uma redução de 5%, no acumulado deste ano, de janeiro a agosto, a fonte apresentou alta de 2% em relação à igual período em 2019.
“Essa energia derivada cana para a rede representa uma geração equivalente a uma economia de 10% da energia armazenada anual sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, pela maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade no período seco”, comenta Souza.
Segundo a UNICA, o potencial técnico de geração de bioeletricidade para a rede, com base em dados da Safra 2019/20, pode ser estimado em quase 200 mil GWh.
Considerando que a geração sucroenergética no ano passado para a rede foi de 22,5 mil GWh, aproveita-se apenas 11% do potencial técnico de geração de bioeletricidade sucroenergética para a rede.
Fonte: Dourados Agora