Os mais de 68 milhões de votos recebidos fazem com que Donald Trump possua “uma base de poder para desempenhar um papel que outros presidentes de um só mandato não desempenharam”, afirmam jornalistas do The New York Times

Donald Trump (Foto: Reuters/Jonathan Ernst)

Com uma diferença de pouco menos de 4 milhões de votos, a corrida presidencial entre o candidato democrata, Joe Biden, e o republicano, Donald Trump, nos Estados Unidos já é, sem dúvida, uma das maiores disputas eleitorais no país.

Mesmo com uma derrota do atual presidente e candidato à reeleição, o chamado “trumpismo” seguirá sendo uma força expressiva na direita norte-americana, de acordo com publicação da especialista em temas internacionais Sandra Cohen no G1. “Não adianta seguir em frente depreciando o extenso e profundo fosso que o presidente Trump explorou sabiamente com o objetivo de demarcar o país em dois campos bem definidos”.

“As cédulas eleitorais mostraram que o outro lado do fosso [de Trump] sobrevive, é competitivo e não virou as costas para o presidente. Esta aliança acredita que a eleição foi fraudada e demonstra simpatia ao QAnon, a teoria conspiratória pró-Trump e antidemocrata. Encara Biden e a vice Kamala Harris como uma dupla travestida de socialistas, como prega o presidente. Sob esse aspecto, mesmo que Trump tenha sido derrotado, ele triunfou”, completa Sandra.

O principal correspondente da Casa Branca do The New York Times, Peter Baker, e a também correspondente Maggie Haberman destacam que, mesmo se confirmada a derrota de Trump, o atual presidente “recebeu pelo menos 68 milhões de votos, ou 5 milhões a mais do que em 2016, e conseguiu cerca de 48% do voto popular, o que significa que manteve o apoio de quase metade do público, apesar de quatro anos de escândalos, contratempos, impeachment e o surto de coronavírus brutal que matou mais de 233 mil americanos”. Isso lhe dá “uma base de poder para desempenhar um papel que outros presidentes de um só mandato, como Jimmy Carter e George Bush, não desempenharam”.

Pela rede social, Trump ainda continuará sendo “um megafone influente na direita”, segundo os jornalistas norte-americanos.

Fonte: Brasil 247