Cerca de 30 trabalhadoras e trabalhadores que fazem parte do quadro de funcionários da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) realizaram um manifesto que terminou em frente a sede da Secretaria Municipal de Saúde da cidade durante a tarde desta terça-feira (10).
Entre os principais motivos do protesto está um suposto corte de 20% na taxa adicional por insalubridade. Trata-se de um direito concedido aos trabalhadores que atuam neste setor que são expostos a situações que podem ser nocivas à saúde.
A funcionária da Funsaud, Deise Cristina da Silva, 42, disse ao Dourados News que além dos diversos problemas que vem sendo enfrentados há anos com relação às condições de trabalho, os cortes parciais nos salários acentuam a situação precária vivenciada pelos profissionais.
“Houve uma redução de 20% de insalubridade sem um pré-requisito, sem conversa com os trabalhadores. Nós ainda somos unidades sentinelas para Covid, em plena pandemia, corremos riscos, muitos pegaram o vírus, outros não resistiram e morreram”, justificou a enfermeira.
Dos funcionários do setor de higienização foram retiradas toda a insalubridade, segundo o grupo que participou da manifestação, com presença de trabalhadores da saúde, copa, limpeza, entre outros.
OUTRO LADO
Nota oficial da direção da Funsaud encaminhada logo após os protestos que aconteceram na UPA e também do Hospital da Vida, explica que a redução no pagamento da taxa de insalubridade é fruto de um erro provocado por um processo de inspeção seguido de alterações no sistema.
“Foi detectado erro no pagamento da folha dos salários dos servidores que percebem o adicional de insalubridade referente ao mês de outubro de 2020, e desde o início da manhã os setores do financeiro e departamento de recursos humanos estão trabalhando para a correção do referido lançamento, sendo que a complementação salarial deve ser feita em até 48 horas”, diz a nota assinada por Jefferson André Rezzadori, diretor-presidente da Funsaud.
‘SAÚDE EM LUTO’
O protesto começou por volta das 13h em frente a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Os manifestantes carregavam alguns cartazes reivindicando melhores condições para atuação no setor de saúde de Dourados.
Uma faixa preta foi estendida representando o luto pelas vítimas diretas e indiretas da situação apresentada, desde trabalhadores até usuários do sistema público de saúde.
Perto das 14 horas, mesmo debaixo de chuva, o ato foi transferido para o outro lado da rua, onde está localizada a sede da Secretaria Municipal de Saúde.
Foi solicitada a presença de algum representante da coordenação da fundação, porém até às 14h30 ninguém havia se apresentado para conversar com os funcionários.