Advogada do ex-presidente Lula, Valeska Martins alerta que os EUA viram no Judiciário brasileiro “o maior aliado” para ferir a soberania nacional. Cristiano Zanin Martins destacou o “jogo baixo da Lava Jato contra advogados”. Outro defensor, Rafael Valim disse que o “lawfare”, construído contra Lula, “é uma modalidade de guerra silenciosa”
Advogada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Valeska Martins alertou para a influência dos Estados Unidos na condenação do petista pelo ex-juiz Sérgio Moro. As entrevistas foram concedidas ao Diario de Noticias, maior jornal de Portugal.PUBLICIDADE
“Após ter descoberto petróleo na camada pré-sal e definido a sua partilha, o Brasil se tornou um alvo dos EUA, tanto é que em 2013 houve uma primeira investida com a espionagem da Petrobras, da então presidente da República Dilma Rousseff e membros do alto escalão de seu Governo”, disse.
De acordo com a defensora, “isso somente foi possível porque o então juiz Moro e os procuradores da Lava Jato queriam fama e poder e também porque tinham a ambição de realizar muitas palestras que tinham as acusações contra o ex-presidente Lula como ponto central”.
Outro advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins afirmou que, “para viabilizar essa atuação ilegítima, como é parte do lawfare, conseguiram o apoio de uma parte significativa dos media para promover uma verdadeira campanha visando criar um ambiente artificial de culpa contra Lula”.
O defensor também alertou para o “jogo baixo da Lava Jato contra advogados que cumprem o seu papel não é uma novidade”. “Em 2016 a Lava Jato tentou intimidar a defesa técnica do ex-presidente Lula de outras formas. O então juiz Moro chegou até a autorizar a gravação do principal ramal do nosso escritório sob a desculpa de ter-se confundido, para ficar ouvindo as conversas que nós mantínhamos entre advogados e também as minhas conversas com Lula sobre a estratégia de defesa”, disse.
“Quando levamos o caso do ex-presidente Lula ao Comité de Direitos Humanos da ONU sabíamos que o Sistema de Justiça do Brasil passava por grandes problemas. E está na raiz desses problemas justamente o lawfare“, complementou.
Rafael Valim, que também integra a defesa do ex-presidente, afirmou que o “lawfare constitui um novo tipo de guerra, muito sofisticado e menos custoso do que as ‘velhas guerras’; não substitui os tanques e as munições, senão que se coloca como uma alternativa ou um complemento muito eficaz para a destruição de inimigos”.
“Até pelo hermetismo da linguagem jurídica, incompreensível para a maioria das pessoas, o lawfareé uma modalidade de guerra silenciosa, discreta, porém de consequências tão ou mais devastadoras do que as guerras convencionais”.
Fonte: Brasil 247