O padre, do Santuário Basílica de Trindade, em Goiás, chegou a admitir que fez pagamentos com dinheiro da associação era evitar a exposição de dois casos amorosos

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O padre Robson de Oliveira teve seu processo definitivamente arquivado pelo desembargador Walter Carlos Lemes, presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), desconsiderando o pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para continuar a investigação. A investigação, que se estendia à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), também foi anulada.

O padre foi alvo de uma operação do MP-GO, em agosto, que investiga o desvio de doações de católicos do Santuário Basílica de Trindade, cidade na Região Metropolitana de Goiânia conhecida como a “capital da fé” do estado, para a compra de imóveis de luxo do padre.

A decisão reitera sentença do Tribunal de Justiça de Goiás, que em outubro arquivou a investigação contra o Padre.

Extorsão

Segundo o MP, a investigação teve origem após o padre Robson ter sido vítima de extorsão de hackers que pediram R$ 2 milhões para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que poderiam prejudicá-lo.

Para não vazar o conteúdo, os criminosos pediam quantias altas, que eram transferidas da Afipe para as contas bancárias indicadas pelos criminosos. Também foram realizados pagamentos de quantias que variaram de R$ 50 mil a R$ 700 mil, em espécie.

Um hacker chegou a ser condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre ameaçando revelar um suposto caso amoroso do religioso.

Padre admitiu pagamentos

O padre Robson de Oliveira Pereira, fundador e presidente da entidade cristã Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), admitiu em depoimento ao MP que de fato fez pagamentos de mais de R$ 2,9 milhões com dinheiro da associação.

De acordo com o sacerdote, o intuito dos pagamentos era evitar a exposição de dois casos amorosos dele. Um deles seria com o hacker que hoje é acusado de chantagem e extorsão pelo padre.

Em depoimento no MP, o padre relatou a invasão de hackers em seu celular e contas de e-mail. Ele conta também que foi ameaçado de ser exposto como um “promotor de adultério”.

“São todas insídias muito fortes, causam intimidação e também muita confusão na cabeça. Se eu agi mal em alguma coisa, eu agi de boa-fé colocando as coisas na tentativa de se resolver”, disse em trecho do depoimento.

Neste sábado (23), um grupo de fiéis protestou para pedir que padre Robson volte a celebrar missas no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, e à presidência da Afipe, que administra o templo.

Fonte: Revista Fórum