O aumento acumulado do preço do combustível já está sendo sentido de forma dura no bolso dos consumidores. Em Campo Grande, no período de 30 dias, é possível encontrar altas de até 10% no preço cobrado na hora de abastecer. De acordo com o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS), caso o dólar suba, o preço pode ultrapassar os R$ 5.
Conforme levantamento realizado pelo Jornal Midiamax, um posto de combustível localizado na Avenida Afonso Pena cobrava R$ 4,53 no litro da gasolina comum no dia 5 de janeiro, já nesta quinta-feira (4), o mesmo estabelecimento cobra R$ 4,89 a vista.
O novo preço equivale a um aumento de 7,9% cobrado na bomba, caso o litro seja pago no crédito, o valor sobe para R$ 4,99 neste mesmo posto, gerando um aumento de 10,1%.
No etanol e diesel S10, o aumento não é tão expressivo quanto o da gasolina, mas ainda sim houve posto que cobrava R$ 3,65 no litro do diesel S10 em janeiro e hoje cobra R$ 3,79, equivalente a um aumento de 3.8%.
Futuro incerto e não muito animador
De acordo com o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS), os últimos aumentos do governo e a promessa de redução do PIS/Confins do diesel gera incertezas sobre o futuro nos valores dos combustíveis.
Apesar disso, o diretor executivo do Sinpetro/MS, Edson Lazarotto, alerta que o preço do combustível pode ganhar um novo aumento. “O preço do combustível é baseado em dois fatores: a paridade dos preços internacionais do barril e oscilação do dólar, hoje o preço no exterior está subindo, mas o dólar está em queda, caso o dólar volte a subir podemos ter um novo aumento”, explicou. Com isso, o valor poderia passar dos R$ 5.
Apesar da projeção nada animadora, Edson relata que não é possível cravar um aumento ou redução nos valores. “Também tem as pautas tributárias no Senado e Câmara, com as novas presidências, talvez esses assuntos corram e possamos ter uma melhora nos preços cobrados nos postos”, comentou.
Edson explica que os últimos meses estão sendo complicados, pois foi registrado um aumento de 20% no valor do combustível entre os dias 16 de dezembro e 19 de janeiro.
“Isso equivale a um aumento de quase R$ 0,24, mas o valor ainda não foi repassado ao consumidor, por conta da concorrência e outros fatores, os postos estão diminuindo a margem de lucro”, disse o diretor executivo do Sinpetro/MS.
Última alta
A última alta registrada no preço médio da gasolina vendida pela Petrobras foi de 7,6%, no dia 18 de janeiro. O combustível era vendido às refinarias a R$ 1,84 e passou para R$ 1,98, uma média de R$ 0,15.
Este foi o primeiro aumento do ano, o último aconteceu no dia 29 de dezembro.
Através da assessoria de imprensa, a empresa informou o aumento e explicou: “Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, desta maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”.
MS tem 9ª gasolina mais cara do país
O Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) divulgou uma tabela de Preços Médios Ponderados ao Consumidor Final de combustíveis em todo o país.
A gasolina em Mato Grosso do Sul aparece como a 9ª mais cara do país, com preço base de R$ 4,80. Em primeiro lugar está o Acre, com R$ 5,22.
Os valores servem como referência para cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas não define os preços na bomba de combustível dos postos.
A tabela traz o preço de 11 produtos nas 27 unidades da federação e foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) do dia 25 de janeiro. Os valores passaram a valer dia 1º de fevereiro.
Fonte: MidiaMax