Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Alozio Mercadante (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil | Brasil247)

Mercadante explicou que a economia internacional vive um momento delicado por conta de um fenômeno conhecido como “estagnação secular” e que, diante deste cenário, é necessária muita cautela e prudência por parte do governo brasileiro, o que, segundo ele, não são características de Jair Bolsonaro e equipe. Assista

247 – O ex-ministro Aloizio Mercadante, em análise semanal na TV 247, falou do cenário econômico mundial e avaliou economicamente o ano de 2019 para o Brasil. Ele comentou o enfraquecimento do relacionamento comercial com a China, a precarização da aliança com o Mercosul e as “agressões” ao mundo árabe.

Mercadante explicou que a economia internacional vive um momento delicado por conta de um fenômeno conhecido como “estagnação secular”. Além disso, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também provoca consequências. “Nós vivemos na economia internacional um momento muito delicado, você tem uma disputa estratégica, uma bipolaridade econômica comercial entre Estados Unidos e China, a Rússia se alinhando à China, e essa bipolaridade trouxe a guerra comercial que incidiu no comércio mundial já em um cenário que alguns economistas chamam de ‘estagnação secular’. Ela já vinha desacelerando, a China desde 2010 desacelerando significativamente e na Europa vários países em recessão”.

Diante deste cenário, o ex-ministro esclarece que é necessária por parte do governo brasileiro muita cautela e prudência o que, segundo ele, não são características de Jair Bolsonaro e equipe. “Em um quadro como esse você precisa ter muita prudência, muito cuidado com os movimentos que o Brasil faz. O Brasil tem menos de 2% da economia mundial, então o que acontece lá fora tem impacto aqui dentro. A gente acha que o Brasil é grande, é grande, a sexta economia, mas nós somos menos de 2% da economia mundial. Nós temos que ter muita prudência, coisa que esse governo não tem, é um presidente completamente despreparado para a complexidade do cenário que nós atravessamos”.

Ele relembrou alguns episódios trágicos em 2019 do ponto de vista diplomático que, por consequência, afetam a economia em 2020, tais como: comércio com a China, instabilidade do Mercosul e ataques à Liga Árabe. “O ministro das Relações Exteriores já é uma caricatura na política internacional. Nós fomos agredindo vários parceiros e na hora da crise, em momento delicado em que se precisa de cuidado e cautela, de quem você cuida? Dos amigos, não do adversários, não de quem te criou problema. Então as exportações para a China, a principal fonte do comércio exterior, que vieram crescendo durante todos os 13 anos do nosso governo, caíram 2% em 2019, primeiro ano de queda importante. Nós importamos mais de US$ 60 bilhões para a China, é mais da metade do nosso superávit comercial. O Mercosul, uma conquista fundamental para a nossa indústria, teve uma queda de 36% das exportações para a Argentina, evidente que tem a ver com a crise argentina, e além disso você agride um parceiro. Com o mundo árabe foram várias agressões, aquela coisa completamente descabida de levar a embaixada [de Israel] para Jerusalém”.

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Fonte: Brasil 247