Boletim Casa Rural divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) com dados sobre a bovinocultura de corte revela que o setor espera melhora no consumo interno de carnes nesta semana, devido aos pagamentos de salários e à retomada do auxílio emergencial implantado pelo governo federal para conter os efeitos econômicos adversos da pandemia do novo coronavírus.
O documento menciona que março chegou ao fim com valorização nas cotações em âmbito estadual. A arroba do boi gordo fechou cotada, em média, R$ 295,83 e da vaca a R$ 279,17. Esses valores representaram valorizações de 5,81% e 6,18%, respectivamente quando comparados aos do dia 1º do mês passado.
“A oferta menor segue com mais peso na balança para justificar o movimento de alta. Neste momento, com pastagens em melhores condições, os produtores terão a possibilidade de entrega gradual de animais. A expectativa é de melhora no consumo interno nos próximos dias em razão de recebimento dos salários e até mesmo com as novas rodadas de auxílio emergencial”, pontua o boletim.
Na terça-feira (6), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou que aproximadamente 45,6 milhões de brasileiros começariam a receber ontem mesmo a nova rodada do auxílio emergencial.
Segundo a Agência Brasil, o benefício terá quatro parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família. “O auxílio será pago a quem recebia o benefício em dezembro de 2020. Também é necessário cumprir outros requisitos para ter direito à nova rodada”, noticiou.
Enquanto espera o reflexo desses pagamentos no consumo interno, a pecuária sul-mato-grossense celebra a valorização do produto que oferta.
Ao informar que no mês de março de 2021 o preço médio da arroba do boi em Mato Grosso do Sul foi R$ 286,54 e da vaca registrou R$ 270,38, o boletim Casa Rural aponta valorização pelo terceiro mês no ano.
“Houve alta de 6,14% na arroba do boi e 6,37% de alta na arroba da vaca em relação a janeiro. No comparativo anual os ganhos foram mais expressivos, a arroba do boi valorizou 54,74% e a arroba da vaca registrou alta de 59,59% frente aos valores praticados em março de 2020, R$ 185,17/@ e R$ 169,42/@, respectivamente. No ano de 2021 há menor oferta de animais para abate”, detalha o documento divulgado pela Famasul.
Cenário ainda mais otimista foi verificado na Bolsa de Mercadorias e Futuro, B3 S.A. (BVMF3), onde os preços da arroba do boi gordo registraram valorização no fechamento de 2 de abril.
“O vencimento de abril/2021 foi cotado ao valor de R$ 316,50/@, com alta de 0,38% em relação ao dia 31/03. O contrato de maio/2021 com a arroba cotada a R$ 311,10 valorizou 0,39% quando comparado ao último dia de março. O vencimento de junho/2021 registrou alta de 0,35% encerrando ao valor de R$ 311,00/@. O contrato de outubro/2021 foi cotado a R$ 326,50/@, com alta de 0,99% entre 31/03 a 02/04 (Gráfico 05). Os contratos de julho e agosto/2021 foram negociados esporadicamente e registraram valores de R$ 315,00/@ e R$ 314,50/@, respectivamente”, revela a publicação.
Já no mercado físico, Indicador Esalq/BM&F para o boi gordo foi cotado a R$ 316,10 por arroba no dia 1º de abril, valorização de 55,71% no comparativo com igual período de 2020, quando a arroba havia sido cotada a R$ 203,00.
Na mais recente pesquisa de preços da cesta básica realizada pelo Procon (Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor) de Dourados, maior e mais populosa cidade do interior do Estado, só foi apurada a carne bovina de segunda, com o quilo vendido entre R$ 18,85 e R$ 29,95 no município.
Em janeiro deste ano, o mesmo item era comercializado a valores com variação de R$ 17,90 a 28,50. Já em fevereiro de 2020, consumidores locais pagavam entre R$ 11,98 e R$ 22,99.
Fonte: Dourados News