Carolina Antunes / PR

São Paulo – A questão principal que será tratada na CPI da Covid será a responsabilidade do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia no país. Em entrevista à Revista Brasil TVT deste domingo (19), o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o primeiro ponto a ser debatido deve ser a estratégia adotada pelo governo federal.

Costa acredita na tese de que o governo Bolsonaro comprou “a ideia equivocada de que não deveria fazer nada, para que a doença se espalhasse e se adquirisse a imunidade de rebanho”.

O senador também afirmou que como o coronavírus é muito agressivo, “isso só poderia redundar em uma tragédia”. Costa diz que essa é a tese que ele vai advogar na CPI. “Quero investigar se isso tem fundamento ou não, porque foi essa a visão que produziu uma tragédia humana e social no país.”

A CPI deverá ouvir pelo menos 15 integrantes do governo Bolsonaro, entre ele, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo reportagem do jornal O Globo, Guedes será indagado sobre o auxílio emergencial, principalmente se o valor gasto foi suficiente para atender a população em vulnerabilidade durante a crise sanitária.

Na semana passada, a mobilização de parlamentares em torno da instalação da CPI acirrou os ânimos no governo. Um áudio vazado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), apoiador de Bolsonaro, mostrou o presidente sugerindo a ampliação dos objetivos da CPI da Covid para que estados e municípios possam ser investigados. Uma tentativa de atenuar ou eliminar a culpa do governo federal durante a crise sanitária.

Na terça-feira (13), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) determinou a criação da CPI da Covid, aceitando requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A decisão do Senado seguiu decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que havia determinado a criação da CPI. Na quarta (14), o plenário do STF confirmou a decisão de Barroso.

O colegiado no Senado será composto por 11 membros titulares e sete suplentes. Terá prazo de 90 dias para apurar ações e omissões do governo federal diante da pandemia de Covid-19, em especial do agravamento da crise no Amazonas.

Pacheco apensou (juntou) requerimento de Eduardo Girão (Podemos-CE), no qual pede investigação também de estados e municípios. Ainda será definida de que forma a CPI vai funcionar, se presencialmente, virtualmente ou de modo híbrido.

Fonte: RBA