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A informação foi publicada nas redes oficiais da vacina russa; a agência brasileira recusou a liberação do imunizante russo por polêmica que envolve o adenovírus replicado

Por meio das redes sociais oficiais da vacina Sputnik V, os responsáveis pelo imunizante russo publicaram uma aspa atribuída ao gerente de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa), Gustavo Mendes, onde Mendes teria assumido um possível erro da agência e de que eles não receberam amostras da vacina da Rússia para teste.

“Não recebemos amostras da vacina para teste … Então, precisa ficar claro, não fizemos teste para adenovírus replicado, teria dito Gustavo Mendes. Porém, o perfil da Sputnik V não dá fontes de tal declaração nem em que momento ela teria sido dada.

Uma das razões alegadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para recomendar a não importação da vacina Sputnik V, contra o coronavírus, foi uma questão ligada à replicação viral (RCA), que é um processo pelo qual um vírus se reproduz dentro de um organismo vivo.

No entanto, o nível de RCAs não foi medido pela agência, de acordo com reportagem de Bruno Garattoni, na Superinteressante.

Além disso, o Instituto Gamaleya (laboratório biológico russo), fabricante da vacina, afirmou que a Sputnik V não contém replicantes.

“A Anvisa é um órgão burocrático, ou seja, não faz nenhum estudo laboratorial. Eles não pegaram a vacina e estudaram laboratorialmente para ver se tem vírus vivo ou não. Eles simplesmente pegaram documentação e leram”, ressaltou o infectologista Marcos Caseiro.

Anvisa e ButanVac

Nessa quarta-feira (28), ao divulgar o início da produção da ButanVac, que será produzida pelo Instituto Butatan, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrou publicamente a Anvisa e pediu “mais senso de urgência”.

“Que a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária tenha o senso de urgência para a aprovação da testagem e aprovação desta vacina. O Brasil segue, infelizmente, perdendo 2.500 vidas todos os dias. Já temos 395 mil mortos no Brasil. Menos burocracia e mais solidariedade é o que nós esperamos da Anvisa. Seguir os critérios científicos, sim. Mas, temos que lembrar que nós estamos diante de uma pandemia, de um drama jamais visto, jamais presenciado em nosso país. Senso de urgência”, enfatizou João Doria.

A Anvisa tem sido acusada de estar tomando decisões políticas, ao invés de científicas, em torno das vacinas Sputnik V (Rússia) e ButanVac (Brasil). Hoje, a diretora colegiada é composta majoritariamente por pessoas indicadas pelo presidente Bolsonaro. Dessa maneira, a maioria apoiada pelo presidente da República tem poder para decidir sobre as ações da agência.

Fonte: Revista Fórum