(Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Ele é cotidianamente explorado, oprimido, humilhado, reprimido, abandonado.

Ele é cotidianamente vexado, abandonado, enganado, iludido, abandonado.

Ele é cotidianamente marginalizado, desconhecido, vexado, discriminado.

Ele vive em choupanas, em favelas, aglomerados, nas ruas, embaixo de pontes.

Ele vive com fome, com doença, com sono, com cansaço, com preocupações.

Ele vive com infelicidade, com tristeza, com desespero, com desesperança.

Foi lhe tirado o passado, o presente e o futuro, a esperança e a felicidade.

Ele sobrevive, não se sabe nem como, de teimosia, de falta de alternativa.

Dizem que ele nem existe, que não serve pra nada, que não deve falar, nem se manifestar.

Mas, de repente, ele não aguenta mais, não suporta mais, sai às ruas, para protestar, para gritar, para dizer sua palavra.

De repente, ela mostra que está aí, combativo, acreditando que este país tem jeito, tem futuro.

De repente, ele mostra todas suas caras, de jovens, de mulheres, de negros, de idosos. Sai com suas vozes, com suas cores, com seus gritos.

Ele é o povo brasileiro, que tem história, tem passado, tem presente e quer recuperar seu direito de ter futuro.

Ele é o povo brasileiro, que tem necessidades, que precisa da democracia, que não pode se calar.

Ele é o povo que sofre, que trabalha, que luta, que renova suas esperanças.

Ele é o povo que sai adornar as ruas e as praças do Brasil com suas caras, suas vozes, suas músicas.

Um povo que merece uma vida melhor, que merece ser sujeito da sua  história, que merece recuperar o direito a ter esperança. 

Viva esse povo, o nosso povo. Viva o povo brasileiro! 

Fonte: Brasil 247