Henrique Arakaki/Midiamax

Apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) provocaram manifestantes que pediam o impeachment do presidente durante ato realizado na manhã de hoje (3), em Campo Grande. Apesar da pandemia de covid-19, os simpáticos ao chefe de Estado não usavam máscara, ou usavam errado.

A reportagem do Midiamax registrou o princípio de confusão em vídeo. As imagens mostram apoiadores de Bolsonaro esbravejando contra manifestantes pró-impeachment com frases como “vai trabalhar”, “Lula é ladrão” e “pão com mortadela”. Veja:

Um dos simpatizantes do presidente era Rodrigo Lins, que já acampou em frente à prefeitura de Campo Grande em protesto contra medidas restritivas ao comércio e à circulação de pessoas, em março deste ano.

“Eles têm direito [de se manifestar], mas não fazendo isso. PCdoB, partido comunista. Cadê a bandeira do nosso país? Nossa bandeira não é vermelha”, tentou argumentar Lins, que não usava máscara.

Do lado do protesto contra Bolsonaro, participantes incentivaram outros a não reagir às provocações. Não há registros de agressões físicas.

Segundo estimativa da Polícia Militar, pelo menos 700 pessoas participaram do ato pelo impedimento de Bolsonaro em Campo Grande. Ao menos duas quadras foram ocupadas pela passeata, que percorreu Avenida Afonso Pena, Rua 14 de Julho e Rua Barão do Rio Branco, até voltar à Praça do Rádio – palco da concentração. Os manifestantes foram puxados por um trio elétrico.

Organizações sociais como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes) estiveram presentes no ato. Partidos como PT e PCO também foram representados em bandeiras.

Os manifestantes empunhavam faixas e cartazes em levante contra omissões e práticas do governo de Jair Bolsonaro, com frases como “A Ciência vence o mito” e “Fora genocida”. A maioria usava máscaras de proteção contra a covid-19.

Ato nacional tenta pressionar Câmara a aceitar pedido de impeachment

O ato de hoje foi adiantado após as denúncias apuradas na CPI da Pandemia no Senado, como de pressões “atípicas” para liberação da compra de vacinas Covaxin. Há a suspeita de prevaricação do presidente, que teria sido avisado sobre supostas irregularidades e não pediu investigações.

Estão previstas passeatas nacionais neste sábado (3) a fim de pressionar o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) a aceitar pedido de impeachment de Bolsonaro.

Fonte: midiamax