Uma reportagem do New York Times jogou um balde de água fria no entusiasmo dos norte americanos, que celebram o fim da maior parte das restrições causadas pela pandemia da Covid-19.
A matéria publicada neste sábado mostra a situação vivida pelos moradores de Provincetown, uma pequena comunidade praiana na ponta do Cape Cod, no estado de Massachusetts.
As comemorações do recente 4 de julho, data da independência americana, já foram com a mesma animação de antes da pandemia. Restaurantes lotados, turistas pelas ruas e todo mundo sem máscaras. Distanciamento social, zero. Afinal, todos pensavam que tinham vencido a Covid, já que o local é o que apresenta a taxa mais alta de vacinação no estado.
Cinco dias depois do feriado foram registrados dois novos casos da doença, o que mal preocupou as autoridades. Mas uma semana depois, esse número se multiplicou, com até 100 novos casos detectados por dia. E o mais preocupante: a maioria das pessoas que testaram positivo estavam vacinadas.
Os cientistas rastrearam 965 casos da Covid com origem na comunidade, e 238 foram encontrados entre residentes locais. A pesquisa ajudou a compreender como funciona o contágio da nova cepa, que já causa um significativo aumento nas hospitalizações nos Estados Unidos.
A reação do centro de controle de doenças norte americano, o CDC, foi rápida. Um novo protocolo de uso de máscaras em locais fechados foi adotado, na tentativa de deter o contágio pela variante Delta, apontada como a mais agressivamente contagiosa até agora.
As boas e as más notícias
A boa notícia é que 75% das pessoas totalmente vacinadas, que depois foram infectadas pela variante Delta, não apresentaram a forma grave da doença. Somente sete pessoas foram hospitalizadas e não houve nenhuma morte.
A má notícia é que a variante foi classificada como extraordinariamente contagiosa, com os mesmos índices de doenças como a catapora.
Liz Carney, uma comerciante de Provincetown de 50 anos, é dona de uma galeria de rua. Para ela, é simples voltar a adotar os protocolos de segurança dos tempos pré-vacina. A loja já está com lotação limitada a três clientes por vez, e a máscara é obrigatória.
Liz confessou que se sentiu um “pouco inocente” em pensar que já era seguro fazer reuniões dentro dos lugares, mas ela sente saudade. No fim da entrevista, ela lamentou não “ter dado uns passos de dança enquanto teve chance”.
Fonte: Olhar Digital