CPI da Pandemia (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Estratégia de ataques coordenados consta de documentos obtidos pela CPI da Covid

Blogueiros alinhados com a extrema direita e ao governo utilizaram grupos de Whatsapp para realizar ataques coordenados contra opositores e adversários políticos de Jair Bolsonaro. A estratégia consta de documentos obtidos pela CPI da Covid, de acordo com o jornal O Globo. Os ataques foram dirigidos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-governador João Doria (PSDB) e à deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-aliada do governo que denunciou o uso de robôs à CPI das Fake News.

Dentre os blogueiros citados como envolvidos no esquema coordenado de ataques e divulgação de fake news está o youtuber bolsonarista Bernardo Küster. “Recebi ordens do GDO para levantar forte a tag #DoriaPiorQueLula. Bora lá no Twitter”, postou ele em um grupo, segundo a reportagem.  O termo “GDO”, seria uma referência ao chamado “Gabinete do Ódio”, grupo que atua na divulgação de fake news nas redes sociais e que seria formado por auxiliares de Bolsonaro com cargos no Palácio do Planalto. 

Um outro diálogo em poder da CPI revela que o um assessor parlamentar da deputada bolsonarista Caroline de Toni (PSL-SC), “tinha acesso a documentos sigilosos da CPI das Fake News” e que estava com receio de divulgar uma informação sobre a “Pepa”, termo depreciativo utilizado contra Joice Hasselmann. 

“Falei com o adv (advogado) do gabinete do Edu, e ele disse que vai tentar outro caminho (…) Se isso vier a público agora, a Joice vai solicitar ao pessoal lá quem acessou (o sistema). Vai foder o cara lá e a mim tbm, que contei”, disse o assessor a Küster. A CPI avalia que o nome “Edu” pode ser uma referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Em outra mensagem, o assessor diz que vai atuar para tentar impedir a convocação de blogueiro que havia sido solicitada pelo colegiado. 

Fonte: Brasil 247