Júlia e Adriano armado. Foto: Reprodução

Ela teria avisado Adriano sobre o cerco policia

Júlia Emília Mello Lotufo, namorada do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, foi parada, revistada e liberada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), na altura de Vitória da Conquista, na Bahia. Logo depois disto, ela o avisou sobre a mobilização das autoridades.

O relato da namorada justificaria a tensão do miliciano na véspera de sua morte, narrada em depoimento prestado na Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) por Leandro Abreu Guimarães, dono da fazenda onde o ex-capitão do Bope ficou escondido.

“Na data de ontem (8 de fevereiro) o interrogado viu Adriano teclando no aparelho celular e mostrava-se bastante nervoso”, disse Leandro em depoimento. O fazendeiro perguntou o que estava acontecendo e o ex-capitão do Bope, então, o ameaçou exigindo ser levado para um sítio.

Foi neste outro local, também em Esplanada, que ele foi localizado e morto na madrugada de domingo (9) por agentes do Bope da Polícia Militar da Bahia.

Carro identificado

Júlia deixou o sítio no município de Esplanada, na Bahia, para voltar ao Rio de Janeiro, na tarde de sexta-feira (7). Por volta de 21h, a picape Hillux branca que dirigia foi interceptada pela PRF a cerca de 600 quilômetros de distância de onde a família estava hospedada.

Os investigadores tinham conhecimento de algumas placas de automóveis usados por Adriano em seus deslocamentos. Uma delas era a da picape Hillux que Júlia dirigia. Como não havia mandados de prisão em seu nome, Júlia seguiu viagem, após a revista policial.

Júlia chegou a trabalhar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2016 e 2017. Ela foi nomeada para o setor de recursos humanos da Casa pelo então presidente Jorge Picciani. No ano seguinte, foi exonerada.

Nesse período, também trabalhavam na Alerj Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, respectivamente mãe e ex-esposa de Adriano. As duas eram lotadas no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro e são suspeitas de terem participado do esquema de “rachadinha”.

Fonte: Revista Forum