Fonte ONU
O Acelerador de Acesso às Ferramentas contra a COVID-19 (ACT-Accelerator) da Organização Mundial da Saúde (OMS) precisa de 23 bilhões de dólares para conter a pandemia do coronavírus até o fim deste ano.
Um apelo foi feito a mais de 50 países ricos para que contribuam com a “parcela justa” para eliminar a desigualdade de acesso a ferramentas que salvam vidas, como testes e vacinas.
Os recursos apoiarão o lançamento e distribuição de vacinas, a criação de um banco de vacinas contra a pandemia, a compra de testes, a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde e de tratamentos para pacientes, incluindo 100% das necessidades de oxigênio dos países de baixa renda.
Líderes mundiais anunciaram, na quarta-feira (09), uma campanha para arrecadar 23 bilhões de dólares de países ricos para ampliar o acesso a testes, tratamentos, vacinas e equipamentos de proteção pessoal em todo mundo. A verba será utilizada pelo Acelerador de Acesso às Ferramentas contra a COVID-19 (ACT-Accelerator) com o objetivo de acabar com a pandemia ainda este ano.
“A pandemia de COVID-19 pode ser derrotada este ano, mas somente se vacinas, testes e tratamentos forem disponibilizados para todas as pessoas”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
“A desigualdade nas vacinas é a maior falha moral de nossos tempos – e as pessoas estão pagando o preço”, ressaltou Guterres.
Financiamento – Os copresidentes do Conselho do ACT-Accelerator escreveram a mais de 50 países ricos para incentivar contribuições de “parcela justa”. A nova campanha visa eliminar uma lacuna de financiamento de 16 bilhões de dólares e quase 7 bilhões para custos de frete para países.
A estrutura de financiamento é calculada com base no tamanho das economias nacionais e no que elas ganhariam com uma recuperação econômica e comercial global mais rápida.
“Quanto mais tempo persistir o acesso desigual às vacinas, testes e tratamentos da COVID-19, mais a pandemia persistirá”, alertou o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que preside o Conselho de Facilitação junto com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
Aquisição de ferramentas – O financiamento ajudará a conter a transmissão do coronavírus, quebrar o ciclo de variantes, aliviar os trabalhadores e sistemas de saúde sobrecarregados e salvar vidas. Além disso, a cada mês de atraso, a economia global pode perder quase quatro vezes o investimento no ACT-Accelerator.
A verba será usado para adquirir e fornecer ferramentas que salvam vidas e equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde em países de baixa e média renda. Os recursos apoiarão medidas que incluem o lançamento de vacinas, a criação de um banco de vacinas com 600 milhões de doses, a compra de 700 milhões de testes, a aquisição de tratamentos para 120 milhões de pacientes e 100% das necessidades de oxigênio dos países de baixa renda.
Desigualdade – Embora mais de 4,7 bilhões de testes COVID-19 tenham sido administrados globalmente até agora, a OMS relata que apenas cerca de 22 milhões – um insignificante 0,4% – foram administrados em países de baixa renda. Além disso, apenas 10% das pessoas nessas nações receberam pelo menos uma dose de vacina.
“A ciência apresentou resultados consistentes ao longo da pandemia da COVID-19, mas tragicamente as conquistas científicas do mundo ainda não foram correspondidas pela equidade”, disse o CEO da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), Richard Hatchett.
Partilha e solidariedade – O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a rápida disseminação da variante Ômicron sublinhou a necessidade urgente de garantir que testes, tratamentos e vacinas sejam distribuídos de forma equitativa globalmente.
“Se os países de renda mais alta pagarem sua parte justa dos custos do ACT-Accelerator, a parceria pode apoiar os países de baixa e média renda a superar os baixos níveis de vacinação contra a COVID-19, baixa testagem e escassez de medicamentos”, afirmou. “A ciência nos deu as ferramentas para combater a COVID-19; se elas forem compartilhadas globalmente em solidariedade, podemos acabar com a COVID-19 como uma emergência de saúde global este ano”, insistiu o chefe da OMS.
Parceria contra a desigualdade – Lançado em abril de 2020, o ACT-Accelerator busca ultrapassar as diversas desigualdades que os países de rendas baixa e média enfrentam contra o coronavírus. A iniciativa global de solidariedade de vacinas, o convênio COVAX, é um de seus quatro pilares.
A parceria reúne governos, cientistas, filantropos, empresas, sociedade civil e organizações globais de saúde, como a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI); a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) e a agência de saúde da ONU, a OMS.
Desde a sua criação, o ACT-Accelerator financiou pesquisas e desenvolvimento de novas terapêuticas, vacinas e diagnósticos e entregou mais de um bilhão de doses de vacinas por meio do COVAX, entre outras conquistas.
O mecanismo tem um orçamento geral para este ano de 23,4 bilhões de dólares e os doadores devem contribuir com 16,8 bilhões. Eles já prometeram 814 milhões, deixando a lacuna de financiamento de 16 bilhões. Espera-se que os 6,5 bilhões restantes sejam autofinanciados por países de renda média. Separados do orçamento, outros 6,8 bilhões de dólares são necessários para a entrega de vacinas e diagnósticos em diferentes países.
Fonte: Dourados Agora