A inflação do IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – para Campo Grande foi de 1,06% em fevereiro. O cálculo feito pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – aponta, ainda, que houve alta de 0,44 ponto percentual, na comparação com janeiro, quando a taxa ficou em 0,62%. Fernando Gallina, supervisor de Disseminação de Informações do IBGE, considerou o percentual alto para apenas um mês.

É a major variação para o mês de fevereiro desde 2014. Nos últimos dozes meses, a inflação acumulada ultrapassa a barreira dos dois dígitos, chegando a 11,18%, contra outros 11,02% dos doze meses anteriores. Em nível nacional, a inflação foi um pouco menor: 1,01%.  Nos dois casos, essa inflação corresponde ao período entre 29 de janeiro e 25 de fevereiro. De acordo com Fenando Gallina, não dá para apontar que o mês seguinte terá uma inflação maior ou menor. No entanto, ele deixou claro que as elevações de preços registradas nos combustíveis e em produtos derivados do trigo não entraram neste cálculo, porque os registros aconteceram esta semana.

Ao todo, nove grupos compõem a inflação em Campo Grande e em todos eles foram registrados altas de preços, ou seja, está mais caro viver. A maior variação veio de Educação (5,94%). Na sequência, vieram Artigos de Residência (1,62%) e Alimentação e bebidas (1,62%), grupo que contribuiu com o maior impacto no índice do mês, com 0,353 pontos percentuais. Além disso, destacam-se as variações de Transportes (0,51%), com impacto de 0,119 pontos percentuais. O grupo Despesas pessoais teve alta de 0,57%. Os demais ficaram entre os grupos Saúde e cuidados pessoais (0,76%), Vestuário (0,87%) e Comunicação (0,32%).

Confira os detalhes da inflação em cada grupo pesquisado

No grupo Alimentação e bebidas, a inflação foi de 1,62% e a alimentação no domicílio passou de 0,96% em janeiro para 1,79% em fevereiro. Os principais destaques vieram dos subitens melancia (53,87%), repolho (88,62%) e batata inglesa (24,88%). Além disso, os preços do café moído (3,33%) subiram pelo 14º mês consecutivo (desde janeiro de 2021), acumulando alta de 69,6% nos últimos 12 meses.

No lado das quedas, houve recuos nos preços dos subitens banana-maçã (-12,47%), arroz (-1,89%) e o item pescados (-0,77%). A alimentação fora do domicílio – com inflação de 1,07% e impacto de 0,055 pontos percentuais – também acelerou em relação ao mês anterior, cujo registro foi de 0,68%. A refeição passou de 0,29% em janeiro para 0,79% em fevereiro, enquanto o lanche passou de 0,75% em janeiro para 1,68% neste mês.

Comer fora de casa, seja almoçando, jantando, ou até mesmo fazendo um lanche, está mais caro. Foto: Leonardo de França/Midiamax

O grupo Habitação (0,47%), retraiu em relação a janeiro (0,69%), sendo o destaque a alta dos itens dos artigos de limpeza (2,13%), com destaque para o amaciante e alvejante (2,90%) e sabão em pó (2,54%) que aceleraram em relação ao mês anterior. As maiores baixas vieram dos subitens aluguel residencial (0,01%) e mão de obra (0,23%). Além disso, a energia elétrica teve alta de 0,22%, após a queda de 2,07% observada em janeiro. Desde setembro permanece em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

O grupo Transportes teve aumento de 0,51%, com impacto de 0,118 pontos percentuais, acima dos 0,35% registrados em janeiro, mantendo o ciclo de aumentos que vinha sendo registrado desde 2020. O acumulado em 12 meses ficou em 19,2%. O item veículo próprio, com aumento de 1,26%, foi o responsável pelo maior impacto positivo, com 0,152 pontos percentuais. Dentre seus subitens, automóvel novo e emplacamento e licença ganham destaque (1,77% e 2,19%, respectivamente). Nos combustíveis, os preços coletados em fevereiro, tiveram impacto negativo na gasolina, que teve queda de 0,62%, trazendo o índice 0,064 pontos percentuais para baixo. Etanol (-4,65%) e óleo diesel (2,78%) completam os combustíveis, que somam aumento de 29,56% nos últimos 12 meses.

A alta dos combustíveis, registrada esta semana, só vai entrar no cáculo da inflação do mês seguinte. Foto: Leonardo de França/Midiamax

No grupo saúde e cuidados pessoais, a inflação foi de 0,76%. Alta nos subitens perfume (6,65%), produto para cabelo (3,08%) e antigripal e antitussígeno (2,85%). As principais quedas vieram nos subitens que compõe o item higiene pessoal (2,39%), destacando-se os subitens produto para pele (-4,18%) e artigos de maquiagem (-1,77%).

O grupo dos Artigos de residência apresentou alta de 1,62% na capital sul-mato-grossense, trazendo o índice 0,073 pontos percentuais para cima. Os maiores aumentos foram registrados no item eletrodomésticos e equipamentos, que subiu 3,87%, tendo sido influenciado pelo subitem refrigerador (5,45%), que acumula aumento de 30,33% em doze meses. O subitem mantém uma tendência, pois, somente em 2021, teve aumento de 27,46%. Entre as quedas, o subitem televisor fechou o mês com queda de 0,76%.

Geladeiras ficaram 30% mais caras nos últimos doze meses. Foto: Marcos Ermínio/Midiamax

O grupo de vestuário teve aumento de 0,87%, gerando impacto de 0,041pontos percentuais no índice. Os itens roupa masculina e roupa feminina foram os que tiveram os maiores impactos positivos (0,027 e 0,009 pontos percentuais), tendo aumentado 2,60% e 0,75% respetivamente. No lado das quedas, ganha destaque o item tecidos e armarinho, que caiu 1,58% e impactou em -0,001 ponto percentual no índice.

Seguindo como em janeiro, cuja inflação caiu 0,52%, o grupo Despesas Pessoais voltou a descer no mês de fevereiro, com 0,57% em Campo Grande. A variação mensal foi influenciada pelo aumento nos itens serviços pessoais e recreação (0,56% e 0,69%, respectivamente). No lado das quedas, destacam-se os subitens tratamento de animais (clínica), que caiu 1,21% sobrancelha (-1,81%).

Após o grupo Educação ter aumento de 0,29% em janeiro, houve um salto em fevereiro de 5,94%. Esse resultado é fruto direto do item cursos regulares (7,29%), que engloba os subitens Creche (9,84%), Pré-escola (10,79%), Ensino fundamental (9,5%), Ensino médio (8,88%), Ensino superior (4,72) e Pós-graduação (2,79%), que sofreram os aumentos anuais. O grupo não apresentou quedas.

O grupo Comunicação apresentou variação mensal de 0,32% em Campo Grande. Na capital, observa-se uma desaceleração em relação ao mês anterior (0,65%). Os maiores impactos para esse grupo são resultantes dos subitens aparelho telefônico (1,69% e 0,016 pontos percentuais) e correio (0,32% e 0,016 pontos percentuais).

Tdoso os tipos de celulares ficaram mais caros. Foto: Arquivo Midiamax