As chuvas e a estiagem são os dois fatores climáticos que mais contribuíram para a grande alta de preços registrada em Mato Grosso do Sul este mês nos hortifrútis. É o que diz o agente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Lucca Pael. De acordo com o agente, os números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acabaram surpreendendo pelo percentual elevado.
Os casos mais emblemáticos foram registrados no repolho, cenoura e batata inglesa, com altas de preços na ordem de 88,62%, 55,41% e 24,88%, respectivamente. “Os fatores climáticos foram os que mais contribuíram para esta disparada de preços. Se na região sudeste o problema foi chuva demais, na região sul o imbróglio foi justamente o contrário: a estiagem prolongada”, disse Lucca Pael. Para ele, a partir de agora, os fenômenos climáticos vão ditar altas e baixas dos produtos hortifrútis.
Outros produtos também registraram altas de preços, porém, com um percentual menos elevado. Alface (8,96%), ovo (8,36%) e feijão (4,89%) são três exemplos. Destes três, a alface é a única que pertence ao grupo dos hortifrútis, mas as causas da disparada de preços do feijão e do ovo são as mesmas. O calor em excesso matou frangos em diversas granjas espalhadas pelo país, da mesma forma que obrigou o produtor a colher menos feijão.
No segmento exclusivo das frutas foram registradas algumas altas de preço, mas nada se compara à melancia (53,87%). Uva (5,36%) e laranja (5,07%) registraram elevações, porém, onze vezes menores. “A questão é que nestas altas mais elevadas, o problema ocasionado pelo clima fez diminuir e muito a produção. O grupo de alimentação e bebidas é o que tem maior peso e registrou inflação de 1,62%, com impacto de 0,3 pontos percentuais”, disse Lucca Pael.