Presos em flagrante na madrugada do dia 23 de fevereiro, sete homens apontados como integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) se tornaram réus nesta terça-feira (15). Eles foram detidos durante um ‘tribunal do crime’ e as vítimas foram resgatadas.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), os sete envolvidos constrangeram as vítimas mediante violência e grave ameaça, por meio de sequestro, causando sofrimento físico e mental, com finalidade de obterem informações. Além disso, integraram organização criminosa e um dos acusados ainda portou arma de fogo ilegalmente.

Se tornaram réus Wellinton Luiz da Silva Sanchez, Romário Bezerra Lopes, Geovane Silva de Jesus, Felipe da Penha Davalos, Douglas de Arantes do Nascimento, Filipe Lima dos Santos e Pedro Henrique de Almeida Marcelino. Conforme a acusação, policiais do Batalhão de Choque foram até a casa na Nhanhá após denúncia de um tribunal do crime.

No local, constataram que Geovane estava na frente da residência, usada como cativeiro, armado com uma faca. Ele vigiava o local para avisar os comparsas caso a polícia chegasse. Na abordagem, os militares ouviram as vítimas gritando dentro da construção e entraram no local.

Os militares encontraram os dois homens sentados e amordaçados com as próprias camisetas, enquanto eram torturados e espancados pelos outros seis denunciados. Romário ainda portava um revólver calibre 38. De acordo com o MPMS, Wellinton e Romário abordaram e sequestraram as vítimas com um HB20.

Pedro, identificado como disciplina do PCC, cortava o cabelo de uma das vítimas quando a polícia chegou. Já Romário, segundo a denúncia, exercia posição de comando em relação aos outros denunciados, sempre em contato com outros membros do PCC, que estavam no presídio, por ligação.

Geovane ficava responsável por acobertar e avisar sobre a chegada da polícia, enquanto Douglas e Felipe agrediam física e verbalmente as vítimas. O MPMS apontou que todos os suspeitos estavam armados de alguma forma, com faca, machadinha, ripa de madeira.

Queriam informações

Na denúncia é esclarecido que os dois homens torturados teriam cometido um furto dias antes e, para descobrirem o paradeiro dos objetos furtados, os suspeitos sequestraram e torturaram as vítimas. A dupla teria furtado da casa de Felipe botijões de gás, televisão, aparelho de som, liquidificador, ventilador e alimentos.

Apontado como líder do grupo, Romário teria inclusive praticado ‘roleta russa’ com a dupla, além de obrigar um a fazer o mesmo com o outro. Ou seja, colocou um única munição no tambor do revólver, acionando o gatilho ‘na sorte’. Segundo os policiais, o acusado tentou fugir no momento da abordagem.

Todos os 7 foram presos em flagrante. Eles se tornaram réus por integrarem organização criminosa, tortura com aumento de pena se cometido mediante sequestro. Romário ainda responde pelo porte ilegal da arma de fogo.