Adolescentes do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) devem ser ouvidos ainda nesta semana na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) sobre o caso de racismo e apologia ao nazismo no instituto.
Segundo a delegada Fernanda Félix, outras testemunhas devem ser ouvidas, assim como, adolescentes nesta semana, mas sem data definida ainda, segundo a delegada. Um jovem é suspeito de ameaçar matar e torturar colegas de classe por serem negros.
Segundo o boletim de ocorrência, mães dos estudantes que foram vítimas do suposto nazista informaram que o suspeito chegou a dizer que o “IFMS é um lugar propício para um massacre”. O suspeito também teria dito que já tem uma lista com os nomes dos alunos que ele mataria.
Ainda de acordo com o registro policial, o estudante se autointitula nazista. Em fevereiro, o suspeito teria falado que mataria um dos colegas e que outro seria torturado. Em outra ocasião, o suposto autor chegou a dizer a um estudante: “Tu não é ariano, te coloco pra assar”.
A equipe de reportagem do Midiamax entrou em contato com uma das mães dos estudantes vítimas do racismo. Ela preferiu não comentar muito sobre o caso, mas adianta que o assunto tem gerado muito sofrimento. “Não queremos nos expor pelo fato do meu filho ainda ser menor de idade. A gente ainda está sofrendo e traumatizado”, lamentou.
IFMS
O Instituto informou que a suposta situação envolvendo estudantes ocorreu fora da instituição, em um comércio nas proximidades do Campus Campo Grande. O IFMS também explicou que a direção-geral do campus iniciou um processo de apuração de informações sobre o fato e afastou das atividades, de forma cautelar, o estudante que supostamente teria ameaçado outros alunos que o teriam chamado de “nazista”.
Até o momento, segundo o IFMS, a apuração preliminar do campus não constatou a veracidade das ameaças. Os estudantes da turma têm recebido orientações pedagógicas com informações a respeito dos prejuízos causados à humanidade pelo nazismo. O IFMS ainda adianta que repudia qualquer tipo de discriminação ou apologia a ideologias que não condizem com uma sociedade igualitária.