O CMN (Conselho Monetário Nacional), composto pelo Ministério da Economia e Banco Central, decidiu que, a partir deste ano, os setores de comércio, indústria e serviços vão ter juros mais baixos em financiamentos dos Fundos Constitucionais do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A mudança é válida para a modalidade de juros pré-fixados, que antes era direcionada apenas ao agronegócio.
A primeira estimativa do CMN é de que, com esta mudança, os empresários nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste tenham acesso a pelo menos R$ 1 bilhão ao ano com juros menores. Cada região tem o fundo específico: FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), Fundo Constitucional do Norte (FNO) e Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). Ao todo, são três as mudanças nos financiamentos dos Fundos Constitucionais: opção de taxas pré-fixadas, possibilidade de migração para o novo regime pré-fixado e estabilidade das taxas.
Este ano, mais de R$ 2,3 bilhões devem ser disponibilizados para empréstimos direcionados à atividade produtiva. Em 2021, a mesma soma foi aplicada no setor empresarial, com mais de 20 mil operações, o que ajudou a gerar ou manter mais de 1 milhão de empregos. Quem comemorou a mudança foi o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Adelaido Vila. Ele explicou que quem mais movimenta a economia é o comércio de varejo, com 60% dos empregos diretos.
Para Adelaido Vila, essa mudança pode ser o início do reconhecimento da responsabilidade de distribuir renda e riqueza, principalmente em um setor que concentra muita mão de obra. “Agora, nossa maior preocupação está relacionada à inadimplência. Estamos trabalhando na recuperação de empresas porque a pandemia foi muito prejudicial ao comércio. Muitas empresas perderam aquela gordura que tinham”, disse Vila. No Sistema Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) a notícia foi comemorada e a expectativa é de que R$ 1,1 bilhão seja investido entre indústria, comércio e serviços.