O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou ser contra a interferência do governo federal no preço de combustíveis. A declaração, feita em audiência pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (21), vem em meio à tensão no governo após novo reajuste da Petrobras no preço do diesel e da gasolina a partir do último sábado (18).

“Tenho que ser claro: não é possível interferir no preço de combustíveis. Não está no controle do governo e, honestamente, preço é uma decisão da empresa e não do governo”, disse.

Segundo o ministro, as decisões da Petrobras são tomadas “única e exclusivamente” pelo presidente da estatal, seus diretores e o Conselho Administrativo (CA). Ele enfatizou a não existência de uma influência na política da empresa, mas admitiu que o governo tenta dar determinado norte à companhia ao escolher o comando da Petrobras e indicar alguns membros do CA.

Ainda assim, Sachsida observou que o governo federal está tentando amenizar a alta dos preços dos combustíveis ao reduzir impostos federais e, com ajuda do Congresso, limitando a tributação de entes nacionais.

“É um passo que encontra apoio nas principais economias europeias e em vários estados americanos, que diminuem a tributação para diminuir o efeito econômico da guerra da Ucrânia sobre a população mais vulnerável”, disse. “Entendo que muitos dos senhores são cobrados pela população, que não entende porque o governo não interfere no preço dos combustíveis”.

Mudança no comando da Petrobras

O Ministro falou ainda sobre sua decisão de trocar o comando da Petrobras. “Quero frisar que eu respeito o presidente José Mauro, o ex-presidente da Petrobras. Tão logo assumi como ministro, achei por bem promover uma troca na empresa porque acredito que é um momento de aumentar a competição. Por isso indiquei o Caio Paes de Andrade”.

“Se o novo presidente satisfaz os requisitos? Sim, pelo melhor do meu conhecimento o novo indicado satisfaz todos os requisitos necessários para estar à frente dessa companhia”. Ele complementou a justificativa da troca destacando um cenário mais competitivo no setor, uma vez que o novo indicado “é uma pessoa com experiência em setores muito competitivos, para levar para a Petrobras a experiência importante de competição e de valorização da marca”.

Para o ministro, não é possível ajudar o consumidor brasileira sem mudanças na atual estrutura da estatal. Nesse sentido, ele defendeu que uma decisão seja tomada em relação à privatização da Petrobras. “A Petrobras é estatal ou é privada? Não dá para quando interessa ser estatal e quando interessa ser privada”.

Ai ressaltar uma mudança no fluxo de investimentos internacionais, Sachsida ainda pediu ajuda dos parlamentares para aprovação do PL 1583, que autoriza a União a ceder sua parcela de excedente de óleo na área do pré-sal. “Estamos pedindo autorização do Congresso para venda dos contratos da PPSA. Essa é uma medida para trazer dinheiro para o nosso país”.