Dezoito pessoas morreram e 243 ficaram feridas durante protestos na província autônoma de Karakalpakstan, no Uzbequistão, na semana passada, afirmaram autoridades uzbeques nesta segunda-feira (4) –no pior episódio de violência no país centro-asiático em 17 anos.
Forças de segurança detiveram 516 pessoas durante os protestos, que começaram por conta de planos para diminuir a autonomia de Karakalpakstan, mas muitas delas já foram libertadas, afirmou o escritório de Imprensa da Guarda Nacional em um pronunciamento.
No sábado (2), o presidente Shavkat Mirziyoyev abandonou os planos para alterar os artigos da Constituição do país que se referem à soberania de Karakalpakstan e seu direito à secessão. Ele também declarou estado de emergência por um mês na província no noroeste do país.
Informações das autoridades dizem que os manifestantes haviam marchado pela capital da província, Nukus, na sexta-feira passada (1º) e tentado tomar prédios oficiais do governo.
De acordo com a Procuradoria-Geral do país, 18 pessoas morreram após sofrerem “graves ferimentos” durante os conflitos. A agência de notícias “RIA” citou a Guarda Nacional do país e disse que o número é composto por 14 civis e quatro policiais.
Dois políticos de oposição exilados que estavam em contato com pessoas nas manifestações disseram à agência “Reuters” que acreditam que o número real de vítimas é muito maior. Não foi possível estabelecer um número de forma independente.
O Karakalpakstan –situado às margens do Mar de Aral, há décadas um local marcado por um desastre ambiental– é a terra dos Karakalpaks, um minoria étnica cujo idioma é diferente do uzbeque, embora seja relacionado.
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