O governo federal praticamente extinguiu os principais programas de assistência alimentar do orçamento apresentado para 2023. Os cortes na verba prevista às iniciativas variam de 95 a 97%.
Um dos atingidos é o programa Alimenta Brasil, principal iniciativa de aquisição de alimentos da agricultura familiar. A verba para o programa foi reduzida em 97%, para 2,6 milhões. Em 2010, a iniciativa recebeu R$ 622 milhões. Apesar dos cortes expressivos, o presidente Jair Bolsonaro disse que o programa será uma de suas prioridades, se for reeleito.
Outros programas também integram a lista, caso do apoio à agricultura urbana, que sairá de um orçamento de 500 mil reais em 2022 para 25 mil em 2023. Outros programas voltados para populações de baixa renda com acesso precário à água também foram negligenciados no Orçamento de 2023, passando a linha orçamentária de 61 milhões para 2 milhões, um corte de 96%.
As iniciativas estão sob o comando do Ministério da Cidadania, o mesmo que paga o Auxílio Brasil, principal aposta do atual presidente à reeleição. O orçamento da pasta para 2023 cresceu 32% para atender maior a número de beneficiários do Auxílio Brasil, mas o dinheiro não vai para as ações de segurança alimentar e nutricional ou de acesso à água.