O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) montou uma força-tarefa para investigar a participação de moradores do estado nos atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro. Entre os objetivos está contribuir com a investigação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O g1 ouviu o procurador geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Alexandre Magno Benites de Lacerda, que comenta que órgão busca repreender os participantes dos atos criminosos e conscientizar a população sobre a defesa da democracia.
“Tem pessoas que têm a sua ideologia, a sua forma de manifestar e quanto a isso, nós não estamos contrário, mas nós somos contrário a pessoas que queiram destruir as instituições, desrespeitar ou que queiram polir a democracia e instituir um regime que não é previsto na constituição”, afirma.
Segundo Lacerda, os responsáveis serão devidamente punidos. “Qualquer pessoa que insista em fazer atitudes com a ação ou omissão, tal como ocorreu em Brasília, tente repetir esses atos, quer seja em Brasília ou em qualquer cidade do Brasil, será responsabilizado com muita severidade. Isso o Ministério Público vai fazer o seu papel”.
O procurador geral de Justiça cita que a força-tarefa no estado é composta por centros de investigação e inteligência, como o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), coordenadorias e promotores criminais.
“É bom deixar claro que o Ministério Público é uma instituição apartidária. Nós não temos amor pela esquerda, nem pela direita. Nós temos amor pela sociedade e pelas instituições que representamos. Então, Mato Grosso do Sul é sim um estado com grande número de pessoas que fizeram algo que está sendo investigado e possivelmente serão responsabilizadas. Então, Mato Grosso do Sul tem sim um papel importante nessa investigação nacional e nós faremos a nossa parte”, frisa.
De acordo com Lacerda, o limite para as manifestações são as leis e o respeito ao próximo. “Não dá para você acreditar que é liberdade de expressão você agredir pessoas, ameaçar pessoas, destruir prédios públicos, achar que isso está correto e isso não vai ser responsabilizado”, comenta.
“Essa força-tarefa [busca] repreender aqueles que de fato são os principais financiadores e organizadores e conscientizar a população do respeito pelas regras do jogo. Eleição tem a cada quatro anos e nós temos que respeitar isso”, destaca o procurador geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Na quarta-feira (18), o grupo de Mato Grosso do Sul deve se reunir com as demais forças-tarefas de outros estados brasileiros. “Para definirmos estratégias, informações, troca de material. É necessário que a sociedade saiba que o Ministério Público, que tem o papel constitucional de defender a democracia, e é o titular privativo da ação penal, fará o seu papel com muita firmeza na defesa da nossa sociedade”, afirma Lacerda.
![MS: Força tarefa do MP investiga participação de moradores em atos terroristas em Brasília MS: Força tarefa do MP investiga participação de moradores em atos terroristas em Brasília](https://www.folhadedourados.com.br/wp-content/uploads/2023/01/whatsapp-image-2023-01-10-at-13.24.20-1-.webp)
Fim de acampamento
Ainda nesta semana, na terça-feira (10), o MPMS acompanhou a desocupação do acampamento bolsonarista no canteiro em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande.
A desocupação foi realizada pelas Polícias Militar e Civil, por meio da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops), e teve início logo após a decisão judicial do STF, com a notificação e negociação com os manifestantes.
A concentração em Campo Grande começou no dia 30 de outubro, logo após a divulgação do resultado da eleição que deu vitória ao candidato Lula (PT). Nas primeiras semanas, todo o trecho da avenida foi ocupado pelos golpistas que pediam intervenção do exército contra a posse do então candidato eleito.
Ao longo dos 71 dias de acampamento, as reclamações de barulho foram feitas frequentemente. Além do tumulto causado no trânsito, devido a quantidade de veículos estacionados em local proibido.
(g1)