José Henrique Marques –
Na noite desta segunda-feira (16), já se aproximando da meia-noite, a Folha de Dourados foi procurada por um cidadão clamando por socorro, ávido em denunciar as mazelas do sistema de saúde pública de Dourados. Segundo ele, a Folha é “o único jornal da cidade que tem coragem de falar a verdade”.
O cidadão aguardava havia quatro horas na fila de espera da UPA com crônico e incômodo problema respiratório, em recepção repleta de pessoas à busca de cura.
“É o retrato da saúde de Dourados, a UPA em plena segunda-feira lotada, com apenas com um médico no atendimento geral (área verde)”, descreveu o leitor, cuja informação foi checada e confirmada pela reportagem.
Em meio ao caos, os pacientes começaram a reclamar e a pedir ajuda. Somente assim surgiu um outro médico para ajudar no atendimento que estava lento.
“Estamos sendo tratado que nem lixo, imposto que nós pagamos não vale nada, não tem retorno”, lamentou um outro paciente através de aplicativo de mensagens.
A rigor, esse é retrato da saúde pública de Dourados que sempre deixou a desejar, mas que piorou muito sob a administração do prefeito Alan Guedes (PP), que, por inexperiência e soberba, titubeia e procrastina decisões necessárias para reverter esse sinistro cenário de terror e dor.
Há mais de dois anos a UPA, o Hospital da Vida e os postos de saúde sucumbem com atraso de pagamentos e desrespeito às leis trabalhistas, falta de medicamentos, insumos, material de limpeza (até papel higiênico) e condições insalubres de trabalho, enfim, o caos – é desumano.
Nunca é demais lembrar que, em 2021, um trabalhador morreu na UPA porque não havia médico para socorre-lo.
A situação somente não é mais critica graças ao profissionalismo e dedicação dos funcionários administrativos e equipes de enfermagem e médica.