Ibama faz operação na Amazônia (Foto: Divulgação (Ibama))

Foram apreendidas duas armas e três barcos com cerca de 5 mil litros de combustível. Nas embarcações, havia cerca de uma tonelada de alimentos, freezers e antenas de internet

Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta quarta-feira (8) em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com a Força Nacional de Segurança Pública destruiu um avião, um trator de esteira e estruturas usadas por garimpeiros. Foram apreendidas duas armas e três barcos com cerca de 5 mil litros de combustível. Nas embarcações, havia cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet. O principal objetivo da ação é interromper a distribuição de minério extraído ilegalmente e de produtos para o garimpo. 

As ações dos agentes começaram em 20 de janeiro, quando o governo federal decretou emergência de saúde pública. Os inanomâmis foram a maior reserva indígena do Brasil, com cerca de 30,4 mil índios. Uma parte deles está sofrendo com problemas como desnutrição grave e malária. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, comandado por Sônia Guajajara, 99 crianças do povo ianomami morreram em 2022 por conta do garimpo ilegal na região. A pasta estima que ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome nos últimos anos.

A Polícia Federal (PF) abriru um inquérito para investigar o possível cometimento do crime de genocídio contra o povo ianomãmi.

A mineração ilegal em terras indígenas da Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos, de acordo com um estudo elaborado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos.

Na Terra Ianomâmi, o desmatamento provocado por garimpo ilegal aumentou 24,7% em 2022, mostraram imagens de satélite do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).