Com alta na demanda e nos preços, safra de arroz tem estimativa elevada em 2,5% – Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

A estimativa de março para a safra de grãos de 2020 segue recorde, ficando em 245,2 milhões de toneladas, 1,5% superior à obtida em 2019, a maior já registrada, quando foi de 241,5 milhões de toneladas.

No entanto, a previsão para o ano caiu 1,6% em relação à divulgada em fevereiro, uma redução de 3,9 milhões de toneladas.

Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE.

Dentre as alterações mais importantes nessa que é a terceira estimativa do ano, houve redução no volume que era esperado para a soja e aumento para o arroz e o milho.

Esses três grãos representam 93,1% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida.

“A estimativa para o milho de segunda safra foi elevada em 1,8% e a do arroz em 2,5% em março [em relação à estimativa divulgada em fevereiro].

Esses produtos, que têm grande consumo interno no país, têm subido de preço em decorrência do aumento da demanda, então aguarda-se também que cresçam os investimentos em tecnologia nessas lavouras”, comenta o gerente do LSPA, Carlos Antônio Barradas.

Quanto ao arroz, a estimativa da produção subiu para 10,6 milhões de toneladas, sendo um resultado 3,6% mais alto que o do ano anterior, apesar dos declínios de 2,5% na área plantada e de 1,6% na área a ser colhida.

“O atual rendimento médio, de 6,4 quilos por hectare, é um dos maiores dos últimos anos, sendo 5,3% maior que o de 2019”, ressalta Barradas.

Já o milho teve um decréscimo na primeira safra, mas esta responde por apenas 27,2% da produção, enquanto a segunda safra representa 72,8%.

As principais lavouras vêm sofrendo com a falta de chuvas, mas a expectativa para a segunda safra ficou mais otimista em março do que era em fevereiro e se espera alcançar uma produção na ordem de 70,7 milhões de toneladas.

O gerente da pesquisa destaca ainda a queda de 3,6% no volume a ser colhido de soja. “Isso se deve à prolongada estiagem no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor nacional de soja e registrou uma retração de 5,9 milhões de toneladas em março.

Por conta disso, rendimento médio esperado do grão teve queda de 29,8% na comparação com o mês anterior”, explica Barradas, acrescentando que a produção gaúcha deve ter participação de 11,1% do total no País, o que justifica o forte impacto na produção nacional.

Os efeitos das chuvas irregulares no sul do Brasil também afetaram Santa Catarina, que apresentou uma retração de 3,6% no rendimento médio esperado, impactando em 3,5% na produção estadual em comparação com o ano anterior.

Ainda assim, a produção nacional estimada para o ano é superior ao recorde de volume de soja registrado em 2018 que foi de 117,9 milhões de toneladas.

Fonte: Dourados Agora