Ao menos três advogados chegaram na manhã desta quinta-feira (30) à sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Campo Grande para oitivas dos investigados na Operação Turn Off, deflagrada na quarta-feira (29) pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
Élcio Paes, defesa de uma das empresas investigadas, disse que foi em busca de acesso aos autos. “Precisamos primeiro saber o que está acontecendo”.
O advogado Gilson Freire também defende um dos apontados na investigação e disse ter ido ao local para tentar acesso aos autos. Já Marcos estava acompanhado de um dos inquiridos a prestar depoimento.
Sem se identificar, o rapaz chegou chorando à sede do Gaeco.
Prisões preventivas
Ao todo, foram 8 mandados de prisão preventiva cumpridos, sendo 7 no período da manhã e o último, de Lucas Coutinho, já no período da tarde. Além dos irmãos, o primo Victor Leite de Andrade também foi preso.
Ainda foram alvos da operação e estão presos o secretário-adjunto de Educação, Édio Antônio Rezende de Castro Bloch, e uma das pregoeiras que atua em licitações na SAD-MS (Secretaria de Estado de Administração), Simone de Oliveira Ramires Castro.
Os outros três presos na operação são servidores públicos. São Thiago Haruo Mishima, que atualmente atua como assessor do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), mas que por anos foi servidor da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Andrea Cristina Souza Lima, e Paulo Henrique Muleta Andrade (da Apae).
O adjunto da Casa Civil, Flávio da Costa Britto Neto, foi alvo de busca e apreensão.
O advogado de Sérgio Coutinho, Marcos Barbosa, disse ao Midiamax que ainda não teve acesso ao teor das investigações e que, no momento, não vai se manifestar.
Ainda na quarta-feira, o Midiamax conversou com o advogado de Simone, Alexandre Franzoloso. Ele também não tinha informação sobre o motivo da prisão.
A reportagem tenta contato com a defesa dos outros acusados e o espaço segue aberto para manifestação.
Fraudes ultrapassam R$ 68 milhões em contratos públicos
Conforme divulgado em nota, a operação realizada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em apoio às 29ª e 31ª Promotorias de Justiça de Campo Grande, cumpriu 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão.
As cidades onde foram cumpridos os mandados foram Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho. Foi identificada pela investigação a existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a investigação, o grupo criminoso fraudava licitações públicas para compra de aparelhos de ar-condicionado para a SED, também a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela SES.
Também foi fraudada licitação para aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae de Campo Grande, além de outros. Os crimes foram cometidos com pagamento de propina a vários agentes públicos. Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões.