Segundo especialistas, o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente não cresceu na última década e deverá fechar o exercício entre 0,1% a 0,3%, o menor ritmo em 120 anos

Carteira de Trabalho (Foto: Agencia Brasil)

A retração econômica agravada pelo avanço da pandemia deverá fazer com que o Brasil vivencie uma crise ainda pior que a dos anos 1980, quando um quarto dos jovens ficou sem trabalho. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente não cresceu na última década e deverá fechar o exercício entre 0,1% a 0,3%, o menor ritmo em 120 anos. 

De acordo com um estudo elaborado por Marcel Balassiano, pesquisador do Ibre/FGV, a expansão média do PIB na década de 1990, considerada a pior até o momento, foi de 1,6%, e a renda per capita deverá repetir o recuo anual médio de 0,6% da década de 1980.

“É a mais perdida das décadas. Parte do desastre foi culpa nossa, outra, da pandemia. O Brasil ficará mais pobre depois de já ter empobrecido muito. Sairemos com mais cicatrizes que os países desenvolvidos”, disse Ricardo Denadai, economista-chefe da Ace Capital, à reportagem.

“Passada a pandemia, essa juventude viverá um cenário grave de defasagem educacional, de inserção futura no mercado de trabalho. Parte grande desses jovens estará com expectativa máxima de trabalho informal. Uma geração de jovens que entraram com defasagem histórica na pandemia. É uma enorme perversidade”, completou o superintendente do Instituto Unibanco e um dos criadores do Bolsa Família, Ricardo Henriques. 

Ainda conforme a reportagem, “enquanto a renda da população caiu 2% de 2014 a 2018, os 5% mais pobres perderam 39%, o que resultou no crescimento da18 trimestres seguidos. 

Nesta linha, o desemprego afetou sobretudo os mais jovens. O desemprego na faixa etária de até 24 anos passou de 16,4%, em 2012, para 28,7% em 2017, e chegou ao final de 2018, com 23,8%. “A crise chega quando o país já estava com o organismo social debilitado. Poderemos voltar aos índices de pobreza dos anos 1990”, avaliou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri. 

Fonte:Brasil 247