Os programas Bolsa Atleta e Bolsa Técnico, promovidos pelo Governo de Mato Grosso do Sul, têm se destacado como referência nacional em políticas de incentivo ao esporte. Em audiência pública recente, foram discutidas propostas para o aprimoramento dessas iniciativas, administradas pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) e pela Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura).

Esses programas representam importantes instrumentos de política pública, fornecendo suporte financeiro e reconhecimento aos atletas e técnicos que se destacam em competições estaduais, nacionais e internacionais. A concessão do benefício é determinada com base na performance esportiva do período anterior, garantindo que aqueles que se destacam sejam recompensados pelo Estado.

O objetivo da audiência foi ouvir as demandas da comunidade esportiva para ajustar e melhorar os programas, promovendo alterações na legislação, decretos e portarias. A lei que garante os programas é o resultado de um esforço conjunto de atletas, técnicos e gestores. Por meio de audiências públicas, todos são ouvidos para assegurar que a bolsa beneficie a todos de forma justa e igualitária.

Entre as sugestões apresentadas, destacaram-se a inclusão de bolsas para atletas surdos e com deficiência auditiva, ampliação da oferta de bolsas para atletas-guia, a redução da idade mínima para concessão da categoria Nacional do Bolsa Atleta para 12 anos, e a sugestão de considerar rankings nacionais e internacionais como critério de pontuação no processo seletivo.

O programa Bolsa Técnico, lançado em 2017, é pioneiro no Brasil, sendo o primeiro a valorizar os treinadores esportivos. O sucesso do programa em Mato Grosso do Sul tem servido de exemplo para outros estados, como Minas Gerais, que procuraram a Fundesporte para obter informações técnicas e detalhes sobre sua implementação.

Durante a audiência, o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destacou a importância da participação popular no processo de aperfeiçoamento dos programas. “Quem ouve mais, erra menos. Por isso, promovemos essa audiência pública, para que possamos aprimorar o Bolsa Atleta e o Bolsa Técnico, que são os principais instrumentos de política pública esportiva do nosso Estado. Temos muito orgulho de dizer que nossa bolsa é modelo para diversos outros estados, inclusive para o governo federal”.

Miranda continuou enfatizando o pioneirismo da iniciativa no estado. “Fomos o primeiro órgão a criar o Bolsa Técnico, uma iniciativa que surgiu em resposta à situação preocupante em 2016, quando muitos profissionais capacitados estavam desmotivados e deixando a profissão. A Bolsa Técnico veio para reconhecer e valorizar esses profissionais”, completou.

“A audiência pública é fundamental porque o esporte possui diferentes ‘dores’, já que abrange diversas modalidades, cada uma com suas especificidades. Por isso, é essencial ouvirmos a todos e buscarmos um meio-termo que contemple as diversas modalidades, garantindo que a bolsa valorize os atletas que alcançam os melhores resultados”, enfatiza o diretor-presidente da Fundesporte, Paulo Ricardo Nuñez.

Erinaldo Chagas, vice-presidente da Associação Nacional de Desporto para Deficientes, destacou a necessidade de discutir os critérios de concessão das bolsas estaduais. “É fundamental refletirmos sobre os critérios que queremos adotar na continuidade do projeto. Uma questão que sempre levantei é: qual é o objetivo primordial da Bolsa Atleta Estadual? Precisamos definir claramente quem queremos atender, pois quando consideramos os recursos disponíveis e os critérios utilizados, muitas vezes nos deparamos com concorrência direta com bolsas já existentes, como a Bolsa Atleta Federal”.

A técnica de bocha paralímpica, Marli Cassoli, expressou sua satisfação em participar do processo histórico dos programas de incentivo no estado. “É uma honra fazer parte deste momento no estado que adotei como lar, onde cumpro minha missão. No paradesporto, temos uma reivindicação importante: a retomada com força total dos jogos estaduais paradesportivos. Isso nos permitirá acumular pontos e melhorar nossas posições nos rankings. Sonho em ver a bocha paralímpica com mais atletas na categoria principal na Bolsa de Mato Grosso do Sul, pois, do jeito que está hoje, nossa pontuação é insuficiente. Vamos em frente, Mato Grosso do Sul tem muito talento e recursos para investir nesses talentos esportivos. Contem comigo”.

Bel Manvailer, Comunicação Setesc
Fotos: Daniel Reino/Setesc