Teresa Leitão (PT-PE) afirma que Lula ficou preocupado e tomou a iniciativa de conversar com o comandante da aeronave; Soraya Thronicke não quis se pronunciar

Uma das integrantes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que foi ao México participar da posse da presidente Claudia Scheinbaum (Morena, centro-esquerda), a senadora Teresa Leitão (PT-PE) afirmou ao Poder360 que “já viveu situações mais dramáticas” do que o episódio do Aerolula, que teve de voar em círculos por quase 5 horas para gastar combustível depois de apresentar um problema técnico na 3ª feira (1.out.2024).

Segundo a congressista, a tripulação sentiu um leve tremor no piso da avião depois da decolagem. Em seguida, Lula tomou a iniciativa de perguntar ao comandante do voo o que estava acontecendo. “O presidente ficou preocupado com a sua segurança e da comitiva porque poderia ser algo pior. O episódio fugiu à normalidade, mas o piloto controlou muito bem a situação e nos informou a todo momento o que estava acontecendo“, declarou Teresa. 

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), por sua vez, não quis se pronunciar. O Poder360 procurou a congressista por meio de aplicativo de mensagem e ligações telefônicas para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito do incidente do Aerolula. Foram realizadas duas ligações para Soraya em 3 de outubro de 2024 às 14h24min e 14h30min. Também foram enviadas mensagens de texto por Whatsapp no mesmo dia às 14h17min, 14h26min e 14h45min. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Além de acompanhar o presidente Lula na posse da presidente mexicana, Teresa Leitão e Soraya Thronicke participaram de uma reunião da Comissão de Igualdade de Gênero. As congressistas são vice-líderes da Bancada Feminina do Senado, que é presidida pela senadora Leila Barros (PDT-DF).

O QUE ACONTECEU

O piloto do avião presidencial que transportava o presidente Lula e sua comitiva na visita ao México identificou um problema na aeronave assim que decolou. Em mensagem à torre de controle do Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na Cidade do México, o comandante utilizou o código “pan-pan, pan-pan, pan-pan” ao controlador, que significa um problema que necessita de ajuda em solo, mas que não representa risco de vida aos passageiros a bordo.

Segundo o BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Infraestrutura Aeroportuária), a expressão é utilizada em situações de urgência, sem perigo iminente.

No áudio, o piloto diz “pan-pan, pan-pan, pan-pan” e comunica a necessidade de fazer uma curva à direita. O funcionário da torre pede para o piloto confirmar o código, o que o comandante do aeroLula confirma em seguida.

Ouça no vídeo abaixo (1min44s):

Leia a transcrição do áudio:

“Piloto: Controle Bravo, Romeo, Sierra, 01 [código do avião]. Peço para virar à direita. Pan-pan, pan-pan, pan-pan. Bravo, Romeo, Sierra, 01.

“Torre: Bravo, Romeo, Sierra, 01. Pan-pan, pan?

“Piloto: Pan-pan, pan-pan, pan-pan. Bravo, Romeo, Sierra, 01. Virar à direita imediamente. Bravo, Romeo, Sierra, 01.

“Torre: Bravo, Romeo, Sierra, 01. Fale seu pedido.

“Piloto: Pedido para voar para VOR, VOR. Bravo, Romeo, Sierra, 01.

“Torre: Ok, Bravo, Romeo, Sierra, 01. Prossiga diretamente para Sierra Lima Mike [aeroporto].

“Piloto: Prosseguir para Sierra Lima Mike. Bravo, Romeo, Sierra, 01.

“Torre: Pediu permissão para pousar de novo no aeroporto?

“Piloto: Não é possível pousar agora. Pedido para manter VOR Sierra Lima Mike, manter 13 pés. Bravo, Romeo, Sierra, 01.

“Torre: Ok, manter 13.000 sobre Sierra Lima Mike VOR.”