Hamilton Mourão 23/05/2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ex-vice de Bolsonaro aparece em prints de militares sobre a ‘saída’ do ex-mandatário, em referência a uma tentativa de golpe no Peru

Nas 884 páginas do relatório da Polícia Federal sobre as investigações da tentativa de golpe de Estado de Jair Bolsonaro, o general e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente durante o governo Bolsonaro, é citado apenas duas vezes. As menções, segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo,  estão diretamente ligadas a prints enviados a Mauro Cid pelo tenente-coronel Sérgio Cavaliere, membro do “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”, conforme aponta o documento.

As conversas reveladas no relatório envolvem Cavaliere e um interlocutor identificado apenas como “Riva”, que compartilhou informações de bastidores militares durante o período que antecedeu o 8 de janeiro. Em uma das mensagens, Riva alega que Mourão teria “negociado com outros generais a saída do 01”, um claro indicativo de Jair Bolsonaro, e comentou que o “Peru era logo ali”, sugerindo que o ex-mandatário estaria se preparando para uma tentativa de golpe semelhante ao que ocorria no país vizinho.

Em seguida, Riva detalha que os militares “rasgaram o documento que o 01 assinou”, embora o relatório não esclareça exatamente de qual documento se trata. O episódio, conforme descrito, teria ocorrido em uma reunião entre Bolsonaro, Mourão e outros generais. O nome de Mourão não aparece nas listas de indiciados nem de investigados pela Polícia Federal. Até o momento, ele não se pronunciou sobre as alegações que constam no relatório da PF.