Grupo do Iêmen afirmou que deixará de atacar navios vinculados a Israel “após a implementação completa de todas as fases” do acordo
O grupo Houthi do Iêmen anunciou que restringirá ataques marítimos apenas a embarcações vinculadas a Israel, condicionando essa medida à implementação completa do acordo de cessar-fogo em Gaza, segundo o Centro de Coordenação de Operações Humanitárias (HOCC, na sigla em inglês). As informações são da agência Xinhua.
Em uma mudança de postura, o HOCC, com sede em Sanaa, que atua como intermediário entre os Houthis e operadores comerciais de navegação, declarou a suspensão das “sanções” contra embarcações de propriedade dos Estados Unidos ou do Reino Unido, ou aquelas que naveguem sob suas bandeiras.
“Reafirmamos que, em caso de qualquer agressão contra a República do Iêmen pelos Estados Unidos da América, pelo Reino Unido ou pela entidade israelense usurpadora, as sanções serão restabelecidas contra o agressor”, disse o HOCC em comunicado enviado por e-mail a autoridades da indústria naval no domingo, mantendo um tom de advertência.
O grupo afirmou que deixará de atacar navios vinculados a Israel “após a implementação completa de todas as fases” do acordo de cessar-fogo em Gaza, alcançado na quarta-feira por mediação do Egito, Catar e Estados Unidos, e que entrou em vigor no domingo.
A decisão ocorre em meio a uma interrupção significativa no comércio marítimo global, com grandes empresas de navegação optando por redirecionar suas embarcações ao redor do extremo sul da África, abandonando a rota vital do Mar Vermelho devido a preocupações de segurança.
Desde novembro de 2023, os Houthis têm lançado ataques com mísseis e drones contra o que chamam de navios “vinculados a Israel” no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, como demonstração de solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.
Em resposta, a coalizão naval EUA-Reino Unido, estacionada nas águas da região, realizou desde janeiro de 2024 ataques aéreos e com mísseis contra alvos Houthi para dissuadir o grupo, levando os Houthis a expandirem seus ataques para incluir navios de guerra dos EUA.
