Senador diz que candidatura à presidência do Senado não atrapalhará a articulação política do partido, que apoia Davi Alcolumbre; afirma ter se candidato para representar as pautas da direita
O senador Marcos Pontes (PL-SP) disse nesta 4ª feira (22.jan.2025) ser normal divergir de “amigos”. A declaração se dá depois do desentendimento com ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que criticou o congressista por lançar uma candidatura independe à presidência da Casa Alta. O PL apoia Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Ao Poder360, o senador negou que a sua decisão atrapalhará a articulação política do PL no Senado, como disse Bolsonaro. Declarou, ainda, que não há razão para que a ação criei atritos internos no partido.
“Não tem razão para mal-estar. Com a independência da minha candidatura, o partido e o acordo [do PL com o Alcolumbre] ficam protegidos e a sigla fica livre para ignorá-la. Se eu ganhar, o PL teria a presidência […] Se for o Davi, teremos que convencê-lo [das nossas pautas]”, disse.
Segundo ele, a candidatura independente se deu porque não tinha “ninguém de direita” concorrendo ao pleito.
“Eu me candidato porque eu ouço a população. Nós somos contra os jogos, o aborto, drogas, a favor da democracia, da liberdade, da anistia, de colocar o impeachment para funcionar. Eu não vi o Davi, que é meu amigo, defender essas coisas e não vi a direita bem representada”, afirmou.
Perguntado sobre o apoio do PL a Alcolumbre, Pontes disse não concordar “100%” com a estratégia do partido em apoiar o amapaense. Afirmou entender a lógica, mas declarou que o senador não está alinhado com as pautas da direita.
“Não concordo 100% com essa estratégia. Mas é uma estratégia que tem uma lógica. E por que foi feito isso? Bom, porque ele [Alcolumbre] estava com uma um favoritismo enorme por causa do número de partidos, então obviamente foi isso e não pela pelo alinhamento dele com as pautas da direita […] Mas vai ter que ter o convencimento dele nas [nossas] pautas. Uma dificuldade extra. Vai dar trabalho conseguir a aprovação”, disse.
Marcos Pontes também negou que tenha sido procurado pelo partido para assumir a vice-presidência da Casa. Em novembro, Bolsonaro ventilou o nome do ex-ministro para assumir o cargo. À época, afirmou que estava “quase certo”. Hoje, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) é o mais cotado.
Se eleito, Marcos Pontes afirmou que a prioridade será pautar o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o projeto que visa a anistiar os condenados pelo 8 de Janeiro. Disse que uma eventual presidência da Casa Alta do PL ajudaria a reverter a inelegibilidade de Bolsonaro.