Presidente do Banco Central diz que dívida pública alta é importante fator de risco e lembra que houve aumento nos juros de 5 anos especialmente para os países de dívida mais elevada.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta segunda-feira (25) que é recomendada cautela na condução da política monetária no país.

Para o executivo, a dívida pública alta é importante fator de risco e aponta que houve aumento nos juros de 5 anos especialmente para os países de dívida mais elevada — Brasil e África do Sul.

Em apresentação divulgada pelo BC, Campos Neto divulgou que a prorrogação de operações de crédito no âmbito da renegociação de dívidas junto a bancos chegou a R$ 535,7 bilhões no período de 16 de março a 15 de maio, tendo como pano de fundo a crise provocada pela pandemia do coronavírus.

Ele reiterou ainda mensagem da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apontando que o colegiado considera um último ajuste nos juros, não maior que o corte de 0,75 ponto realizado em maio. Hoje, a Selic está em 3% ao ano.

“O Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, trouxe a apresentação, preparada para reunião de Campos Neto com representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Copom prevê queda forte da economia na 1ª metade do ano, com retomada gradual em seguida

–:–/–:–

Copom prevê queda forte da economia na 1ª metade do ano, com retomada gradual em seguida

Financiamentos na crise

Sobre o comportamento do mercado de crédito em meio à crise, a maior parte das renegociações foi feita pelos bancos públicos grandes: 50,9% do total. Aparecem em seguida as instituições privadas de grande porte, com fatia de 27,9%.

A abertura de dados pelo BC também mostrou que, considerando os segmentos de corporate (grandes empresas), middle (médias empresas), MPE (micro e pequenas empresas) e pessoas físicas, o valor das operações negociadas foi maior para as famílias, chegando a R$ 335,7 bilhões, ou 62,7% do total.

Fonte: G1