A filósofa Marcia Tiburi conversou com a TV 247 e analisou os motivos pelos quais o ódio ao PT existe e que se tornou determinante para a chegada de Jair Bolsonaro ao governo. “Muitas pessoas votaram em Bolsonaro por ódio ao PT. O antipetismo é o correspondente histórico e geopolítico do antissemitismo entre nós”, afirmou. Assista
247 – Em conversa com a TV 247, a filósofa, professora e escritora Marcia Tiburi analisou os motivos pelos quais existe tanto ódio ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao seu principal líder, o ex-presidente Lula. Para ela, este sentimento de aversão ao ex-presidente está intimamente ligado a preconceitos.
Marcia Tiburi afirmou que o antipetismo no Brasil guarda semelhanças com o ódio, aversão e perseguição feita aos judeus. “Muitas pessoas votaram em Bolsonaro por ódio ao PT. Esse ódio ao PT eu diria, sem exagero, embora algumas pessoas achem que seja exagero, sobretudo aquelas que têm um pouco de ódio ao PT, que o antipetismo é o correspondente histórico e geopolítico do antissemitismo entre nós”.
Ela disse que Lula desperta ódio em pessoas de certa forma traumatizadas com conflitos de classes e que isso também está interligado com a presença do racismo e da xenofobia no Brasil. “O ódio ao Lula é um ódio que acumula muitos fatores de opressão, e não é difícil para as pessoas que vivem muito marcadas, que vivem uma experiência muito forte de ressentimento relacionado à classe social terem ódio de Lula. Acho que nesse caso também a gente precisaria entender mais as movimentações do racismo e da xenofobia interna que existe no Brasil”.
Assim como o ódio a Lula, este sentimento direcionado às mulheres, aos LGBTs, aos negros e pobres também tem origem no preconceito, segundo a filósofa. “Lula é uma figura que concentra muitos ódios. As mulheres concentram o ódio do gênero, da misoginia, as pessoas LGBT também, as pessoas negras concentram o ódio racial, as pessoas pobres concentram o ódio de classe e, enfim, existe uma miríade dos ódios possíveis que são usados pelo sistema de opressão para fazer com que as massas tenham uma adesão à sua perspectiva ideológica”.
O antipetismo, bem como as outras rejeições citadas por ela, são implantados, dominados e organizadas pelo sistema econômico, disse ela.
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Fonte: Brasil 247