Eleito numa perspectiva de crescimento da direita nos continentes americanos, Jair Bolsonaro já viu governos próximos perderem poder na Argentina, na Bolívia e, agora, nos Estados Unidos
Jair Bolsonaro sente o gosto do isolamento político com o anúncio neste sábado (7) da vitória do candidato democrata Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
O cenário que Bolsonaro tem diante de si é bem diferente daquele de de dezembro de 2018, quando ele foi confirmado presidente do Brasil, numa eleição contaminada por fake news e pela inabilitação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O jornalista Fabio Zanini, que cobre temas relacionados à direita na Folha de S. Paulo, lembra que naquele momento, a Argentina era presidida por Mauricio Macri, enquanto o chileno Sebastián Piñera era visto como um possível modelo de líder conservador para Bolsonaro.
Logo em seguida, em 2019, o então presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, declarou-se presidente em um golpe fracassado contra o presidente Nicolas Maduro. No mesmo, um golpe na Bolívia, apoiado pelo Brasil, retirou a reeleição do presidente Evo Morales.
“No último ano, no entanto, a curva política se inverteu. Bolsonaro passou por um processo crescente de isolamento no continente, que culmina agora com a derrota do maior dos aliados, Trump”, diz o jornalista ao retratar o enfraquecimento político de Bolsonaro na região.
Fonte: Brasil 247