Presidentes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, e do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante assinatura de acordo de cooperação direcionado para a educação financeira

Banco Central e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) assinaram nesta quinta-feira (21) um acordo de cooperação técnica voltado para a educação financeira. A primeira medida será um mutirão de renegociação de dívidas bancárias, que será realizado entre os dias 2 e 6 de dezembro.

Assinado pelos presidentes do BC, Roberto Campos Neto, e da Febraban, Murilo Portugal, o acordo prevê ainda o lançamento de uma plataforma de aconselhamento financeiro, cursos para a formulação de estratégias de educação financeira e ações voltadas para a Semana Nacional de Educação Financeira, que acontecerá novamente em 2020 no mês de maio.

Presidentes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, e do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante assinatura de acordo de cooperação direcionado para a educação financeira

Como vai funcionar o mutirão? Ao longo dos cinco dias, seis bancos (Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) pretendem renegociar dívidas bancárias de clientes por meio dos canais digitais e do horário de funcionamento estendido (até as 20h) de 261 agências em Brasília e nas capitais dos 26 estados.

Ao chegar nas agências, os interessados deverão assistir a um vídeo, preparado pelas duas entidades, com orientações gerais sobre planejamento financeiro, e receber uma cartilha com informações sobre o tema. A partir daí, inicia-se diretamente a fase da renegociação, quando os acordos serão fechados.

Quantos devedores podem ser beneficiados? Questionados, BC e Febraban não quiseram estimar número de clientes que esperam atender. As entidades também disseram que as margens de renegociação serão decididas individualmente por cada banco, mas especificaram que a diretriz geral trata de descontos, migração para linhas de crédito mais baratas e reparcelamentos.

“Há um compromisso dos bancos em oferecer condições especiais”, disse Amaury Oliva, da Febraban, que complementou frisando que serão fechados acordos compatíveis com as rendas informadas pelos interessados em renegociar. “Há um esforço para acordos sustentáveis. Para o setor, não interessa o superendividamento”.

Por que agora? Amaury Oliva afirmou que não se trata de “algo conjuntural”, mas sim uma medida inaugural de um projeto de longo prazo. Ele, no entanto, reconheceu haver uma preocupação com o alto número de brasileiros negativos nas plataformas de proteção ao crédito, que ultrapassa a marca de 63 milhões de pessoas, segundo a Serasa Experian.

Segundo o representante da Febraban, existe a perspectiva de que um segundo esforço nesse sentido seja feito durante a Semana Nacional de Educação Financeira em maio.

O que mais prevê o acordo? No próximo ano, BC e bancos lançarão uma plataforma de educação financeira, que terá como ferramenta de destaque um sistema que medirá a saúde financeira de cada consumidor e aconselhará os interessados a alcançar objetivos financeiros, como a formação de reservas.

“Em suma, o acordo concentra esforços e se utiliza do conhecimento e do alcance do Banco Central, da Febraban e dos bancos para promover a formação de poupança, o planejamento financeiro e o uso responsável dos serviços financeiros”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.