Douglas Garcia, Eduardo Bolsonaro e Edson Salomao (Reprodução/Facebook)

Deputado estadual conservador, Douglas Garcia diz que se reuniu com Eduardo Bolsonaro para falar do dossiê. Filho do presidente acusou o aliado de ser cínico ao “expor uma reclamação publicamente”

Em bate-boca no Twitter na noite deste domingo (13), após ser atacado em duas threads por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) acusou o filho de Jair Bolsonaro (Sem partido) de dar aval à produção do chamado dossiê de antifascistas, uma lista de críticos do governo federal pelo qual o parlamentar já foi condenado três vezes.

“Não é verdade: no final de maio do ano passado quando viajei a Brasília, estive em um almoço contigo onde dei a ideia de entregarmos o dossiê à polícia civil, polícia federal e embaixada dos EUA. Você adorou a ideia e pediu para lhe incluir nesta, foi o que eu fiz”, rebateu Garcia em uma das threads, acusando Eduardo de mentir sobre o dossiê, que foi entregue pelo filho do presidente à embaixada dos EUA.

Nas suas duas longas sequências de tuites, Eduardo diz que parou “de seguir Douglas, assim como ele já fez comigo, e bloqueei outros assessores seus que me batem sem qualquer motivo também” por “levar porrada e receber energia negativa.

Eduardo ainda acusou Garcia de ser cínico ao “expor uma reclamação publicamente” e alertou o deputado que não permitirá vídeo com Jair Bolsonaro no ano que vem, caso o deputado paulista se candidate.

“Uma coisa é o torcedor xingar o técnico, outra é o jogador xingar o técnico. Quer independência para fazer o que bem entender, até mesmo se comportar como torcida? Eleja-se por si só. Vamos ver se ano q vem vai ter vídeo c/ JB (adianto: eu não vou me mexer para impedir)”, tuitou.

“Uma coisa é o torcedor xingar o técnico, outra é o jogador xingar o técnico. Quer independência para fazer o que bem entender, até mesmo se comportar como torcida? Eleja-se por si só. Vamos ver se ano q vem vai ter vídeo c/ JB (adianto: eu não vou me mexer para impedir)”, tuitou.

Guia alternativo
Criado com a intenção de intimidar antifascistas que criticavam o governo Jair Bolsonaro, o dossiê antifascista acabou tornando-se um guia alternativo de endereços bacanas nas redes, com uma lista de bares, restaurantes, espaços culturais e estúdios de tatuagem que parecem uma boa pedida para dar uma volta após a quarentena.

Um dos listados, o cartunista Carlos Latuff reforçou a bandeira. “Sim, sou mesmo antifascista, e continuarei sendo!”, tuitou.

Além das pessoas “denunciadas” – muitas delas listadas apenas por postar uma foto de Karl Marx ou seguir páginas antifas -, o relatório traz mais de vinte locais frequentadas por pessoas de esquerda e/ou com temáticas de esquerda.

Há bares, restaurantes, lanchonetes, estúdios de tatuagem, ocupações, livrarias, centros culturais, salões de beleza, lojas, rádios comunitárias e praças. Aparecem endereços em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Carapicuiba (SP), São Bernardo do Campo (SP), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).

Garcia ainda lista times de futebol de várzea que trazem em seu nome referências ao antifascismo e ao socialismo.

Fonte: Revista Fórum