O Food and Drug Administration (FDA), órgão similar à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou um novo medicamento para emagrecimento chamado semaglutida, que, segundo os médicos, pode trazer uma grande melhoria no tratamento de pacientes com sobrepeso e obesidade.

O medicamento, que carrega no rótulo o nome de Wegovy e é fabricado pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, é uma versão sintética de um hormônio encontrado no veneno mortal de uma espécie de lagarto conhecido como monstro-de-Gila, que é endêmico no sudoeste dos EUA e noroeste do México.

Em um dos ensaios clínicos, os voluntários perderam em média 12,4% de seu peso corporal. Em um segundo, a média foi de 6,2%. O emagrecimento provocado pelo medicamento, somado a uma aparente ausência de efeitos colaterais, têm animado os médicos em relação ao uso da semaglutida para tratamento da obesidade e de outros problemas relacionados ao sobrepeso.

Segundo o neurocientista da Escola de Medicina Icahn Monte Sinai, em Nova York, Ivan de Araujo, a semaglutida é um passo à frente, já que pode ser uma droga confiável, eficaz e capaz de produzir efeitos sustentados no longo prazo.

Homem medindo a barriga
A semaglutida tem um efeito químico que “engana” o cérebro. Crédito: Jarmoluk/Pixabay

Em comunicado à imprensa, o FDA explicou que o medicamento atua sequestrando o sistema endócrino do corpo, fazendo com que os pacientes se sintam satisfeitos com um menor número de refeições ou depois de consumir menores quantidades de proteínas. Em outras palavras, a droga muda a química do cérebro, fazendo com que o paciente sinta que deveria emagrecer.

Apesar de animados, os médicos ponderam que o medicamento não tem a capacidade de corrigir a obesidade em grande escala, muito por conta de seu alto custo, que beira os US$ 1.300 (R$ 6.760 na cotação atual). Além disso, ainda são necessárias algumas avaliações, como os efeitos de longo prazo do medicamento.

Fonte: Olhar Digital