Arquivo pessoal/Twitter

São Paulo – A estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, zona sul da cidade de São Paulo, foi incendiada neste sábado (24). Um grupo chamado Revolução Periférica assumiu a autoria da ação que contesta a homenagem a um dos responsáveis pela escravização e o extermínio de indígenas e da população negra durante o século 18. 

Apoiados em pneus, os manifestantes escalaram o monumento de 10 metros de altura e, em seguida, atearam fogo na estrutura. As chamas consumiram quase integralmente a estátua. Uma equipe de bombeiros chegou ao local por volta das 14h, e debelou o incêndio. De acordo com a fotojornalista Thais Haliski, que presenciou a ação, o monumento ficou “chamuscado e com algumas rachaduras na perna”, conforme descreveu à reportagem do Brasil de Fato

Há anos o movimento negro debate a controvérsia da estátua de Borba Gato, esculpida por Júlio Guerra e inaugurada em 1963. Em entrevista à RBA, no ano passado, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, explicou que a homenagem representava “uma visão distorcida da história” principalmente em São Paulo, onde os bandeirantes foram transformados em heróis, e simbólico de uma identidade para o estado, apesar do passado de terror.

Luta internacional

A ação deste sábado deve intensificar esse debate que integra também um movimento global da luta antirracista e anticolonial. Desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, que deu início ao levante Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), homenagens a genocidas, racistas e colaboradores dos horrores da escravidão vêm caindo de seus pedestais em diversas partes do mundo. 

Na Inglaterra, por exemplo, manifestantes derrubaram a estátua do traficante de escravos Edwad Colston e a jogaram em rio que corta a cidade de Bristol. Nas redes sociais, o incêndio foi atacado por figuras bolsonaristas mas comemorado por uma maioria de personalidades de movimentos de luta. 

Confira algumas manifestações 

Fonte: RBA