Frequentes arrastões tem indignado e amedrontado moradores do bairro Jardim Los Angeles, zona sul de Campo Grande. O questionamento da população é sobre o policiamento, que não tem sido feito, preventivamente, no bairro. Em um dos casos, moradora revelou que chegou a quebrar a perna ao correr de uma dupla, que seria autora de inúmeros assaltos na região.
Sempre ao mesmo horário, a moradora de 41 anos, que terá a identificação preservada pela reportagem do Jornal Midiamax, sai de casa para trabalhar. “O tormento é saber que posso ser vítima mais uma vez. Meu filho algumas vezes vai comigo, mas o medo é o mesmo”, relata.
Isso porque, a mulher – que mora há sete anos na região -, quebrou a perna ao tentar fugir de um assalto. “Eu estava seguindo para o ponto de ônibus, quando eles chegaram em uma moto preta. Eu não tinha nada, nem com o celular estava, mas eles não queriam saber, pediam para eu passar tudo”, relembra. “Insistiam por algo, mas só tinha meu passe de ônibus, corri na hora, não sabia como agir (sic)”.
A mulher diz que foi tudo muito rápido e, ao olhar para trás, após cair em um buraco, não viu mais a dupla. “Eu olhei e vi que eles sumiram. Naquele momento eu só sentia dor”, conta a moradora.
A história de insegurança se repete com inúmeros moradores do bairro. O comerciante Gaspar Madureira, de 75 anos, mora há seis anos no Los Angeles. Ele tem uma lanchonete em frente a um ponto de ônibus na rua Engenheiro Paulo Frontin. “Eles param a moto preta e sempre um desce para abordar o pessoal. A polícia fica dormindo, de manhã você não vê um carro de polícia”, conta o homem.
O alvo dos bandidos, geralmente é o celular das vítimas. “Vendo café e chipa, mais tarde caldo de cana, fico aqui o dia todo praticamente. Quando é 5h da manhã, tá cheio de mulher. Eles chegam e assaltam as coitadas, que às vezes têm só os passes de ônibus e o celular, porque hoje todo mundo anda com celular (sic)”, diz.
Gaspar também foi vítima de bandidos ao ter o comércio arrombado duas vezes e, recentemente, instalou câmeras de monitoramento para tentar intimidar a ação criminosa. “Coloquei câmera para tentar intimidar ou até ajudar a identificar, mas nem todo mundo tem condições de adquirir câmeras”, lamenta.
A atendente de supermercado, Beatriz da Silva Santos, de 21 anos, mora há três anos no Los Angeles. Ela afirma que o marido e a tia foram roubados recentemente pelo que parece ser a mesma dupla. “A gente vive em uma insegurança, eu trabalho de domingo a domingo e ando sempre pensando que pode acontecer algo. Está cada dia pior”, lamenta.
Beatriz reclama da falta de policiamento. “A polícia não vem aqui, é um bairro abandonado. Quando assaltaram meu marido e minha tia, eles [bandidos] seguiram para a outra rua do lado cometendo arrastão com a moto, sempre no horário que estamos indo ao trabalho”, afirma a jovem.
O questionamento da população sobre a falta de policiamento nos bairros, situação reportada recentemente pelo Jornal Midiamax sobre a onda de roubos e furtos no Jardim Noroeste, se dá também após a entrega de novas viaturas para a Polícia Militar. Ao total, 12 viaturas foram adquiridas para reforçar o policiamento.
A população afirma não ver viaturas rondando constantemente na região. Por outro lado, o tenente-coronel da Polícia Militar, Guilherme Dantas Lopes, explica que o aumento do policiamento deverá ser sentido pela população nos próximos dias. “A população ainda não percebeu, mas para a área tinham duas viaturas e agora são oito”, revela.
Além disso, o tenente-coronel afirma que com esse aumento de viaturas, o policiamento preventivo aumenta. A ideia é montar um ponto base na região. “É montado em pontos sensíveis do bairro. Além disso, em toda a cidade temos o apoio do Choque com quatro viaturas, que passam em horários alternativos e a cavalaria da PM”, finaliza.
Fonte: midiamax