Se o Telegram quer influenciar as eleições a ponto de tentar ajudar a eleger o próximo presidente, as chances são de Jair Bolsonaro. Isso porque, o atual presidente tem, disparado, o maior alcance no aplicativo de mensagens, na comparação com outros potenciais nomes. Ainda sem partido, ele atingiu no início de outubro a marca de 1 milhão de seguidores em seu canal oficial.
Para se ter uma ideia, Lula tem menos de 50 mil seguidores, ou seja, 5% do alcance de Bolsonaro naquela rede. Mas isso não é tudo porque o canal de Bolsonaro não é o único a propagar o bolsonarismo. Aliados dele mantém canais bolsonaristas com alcance gigantesco e que são usados para propagar as fake news contra adversários. O DCM fez um levantamento sobre o assunto e os números são assustadores.
Com o alcance do bolsonarismo no Telegram, para cada mentira que adversários conseguem desmentir, outras cinco são propagadas. A velocidade com que as fake news são difundidas nos canais bolsonaristas, sem uma rede de apoio, os adversários não conseguem manter o controle das informações. Isso mostra que a situação está cômoda para Bolsonaro, ao menos nessa rede social.
Bolsonaro e o Telegram
E a intenção de Bolsonaro é usar a máquina do Telegram para aumentar seu alcance cada vez mais próximo das eleições. Basta notar que ele e aliados divulgam o canal em praticamente todas as postagens feitas em outras redes sociais. Dados levantados pela reportagem mostra que o bolsonarismo alcance certa de 15 milhões de pessoas diariamente no Telegram.
No caso de Lula, os números são bem mais tímidos e chegam a 500 mil, ou seja, bem abaixo. Isso não significa, contudo, que essas pessoas são eleitores de A ou B. Mais do que isso, para o especialista em redes sociais, Marcos Leandro de Souza, Bolsonaro pode estar falando apenas com seu grupo. “Ainda não está claro se o público do Telegram é o eleitor comum ou se é o bolsonarista”, explica.
Telegram e o alcance
Ainda que o alcance do Telegram seja cada vez maior no Brasil, Marcos Leandro lembra que não é tão simples fazer a conta. “O Telegram não faz parte do dia a dia do brasileiro, mas pode vir a fazer”, lembra. Ele concorda que, ao menos neste aplicativo, Bolsonaro está bem à frente. “Precisa ver a capacidade que seu grupo terá em transformar isso em votos”.
Fonte: DCM